sexta-feira, 29 de janeiro de 2016


                   Por que recusamos os livros apócrifos? 

 

                      

“Onde está escrito que os livros inspirados são 66?” Essa pergunta foi feita por dom Amaury Castagno, bispo da Diocese de Jundiaí, no então jornal A Tribuna de Jundiaí (SP), na edição de 31/10 a 06/11/1995, em uma matéria intitulada Perguntas Indiscretas. A matéria se constitui numa série de questionamentos que os católicos romanos devem dirigir aos protestantes.
Mesmo se não tivéssemos uma resposta bíblica para a referida pergunta, poderíamos respondê-la usando outra per­gunta: “Onde está escrito que os livros inspirados são 73?”. É o método dos judeus, que o próprio Jesus usou, de responder uma pergunta com outra pergunta (Marcos 11.28-33 e Lucas 20.2-25).
O foco da discussão são os livros de 1 e 2 Macabeus, Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástco, Baruque e os acréscimos ao livro de Ester e Daniel, num total de 73 livros em sua Bíblia. São acréscimos à Bíblia ou faltam livros em nossas Bíblias?
Esses livros sobressalentes nas versões católicas da Bíblia são chamados de livros apócrifos. A palavra“apócrifos” vem do grego apocrifos e significa “escondidos”. Essa literatura foi produzida numa época de agitação religiosa e política na vida do judaísmo, entre 300 a.C. e 100 d.C. Os rabinos chamavam esses livros de “os de fora”, ou seja, fora do Cânon Sagrado dos judeus. Cirilo de Jerusalém seguiu esse mesmo pensamento, simplesmente substituiu o termo usado pelos rabinos por “apócrifos”.
Os livros do Velho Testamento que adotamos são os mesmos aceitos pelos judeus, por nosso Senhor Jesus Cristo e seus apóstolos. Desde muito cedo na História da Igreja havia discussões sobre esses livrosa. Agora cabe aqui uma pergunta: Por que a Igreja Católica Romana usou durante seus primeiros séculos esse mesmo Cânon, mudando-o somente após a Reforma Protestante, no Concílio de Trento? Por que ocorreu a necessidade de se acrescentar algo a uma lista que se mostrou satisfatória por tantos séculos?
Esses livros estavam presentes na Septuaginta, mas nunca fizeram parte das Escrituras hebraicas. O Sínodo de Jâmnia, concílio dos rabinos, realizado por volta do ano 100 d.C., portanto, depois do encerramento do Cânon dos judeus, debateu sobre a permanência de Provérbios, Eclesiastes, Cantares e Ester no Cânon Judaico. Nada foi modificado, o Cânon permaneceu inalterado.
O Terceiro Concílio de Cartago, em 397, propôs a inclusão desses livros no Cânon Sagrado, mas como de leitura adequada, mesmo assim Jerônimo resistiu. Eles foram incluídos na Vulgata, mas ocupando um lugar secundário, apresentando essa diferença entre os libris ecclesiastici e os libri canonici. Os reformadores reconheceram os apócrifos como indignos e contraditórios com as doutrinas dos livros canônicos. Em 1534 Martinho Lutero traduziu a Bíblia completa e incluiu os apócrifos com estes dizeres: “Apócrifos, isto é, livros que não são considerados iguais à Sagrada Escritura, porém sua leitura é útil e boa”. Em 1827, a British and Foreign Bible Society decidiu excluir os apócrifos de suas Bíblias e pouco depois os norte-americanos seguiram o mesmo padrão.
      Esses livros apresentam erros históricos, geográficos, anacronismos. Ensinam doutrinas falsas e incentivam práticas divergentes das Escrituras inspiradas. O estilo destoa das Escrituras Canônicas e faltam o caráter divino e a autoridade profética. Filon, Josefo, o Sínodo de Jamnia, Orígenes, Cirilo de Jerusalém, Atanásio e muitos outros da patrística citaram tais livros, mas nenhum jamais fdeles reconheceu a sua autoridade.
     O Cânon Hebraico constitui-se apenas do Velho Testamento, embora seu texto seja igual ao nosso Velho Testamento em português. Porém, é diferente apenas no seu arranjo. Os judeus consideram os livros de Samuel como se fossem apenas um livro, da mesma forma os livros dos Reis, das Crônicas, Esdras e Neemias, também os doze livros dos profetas menores como um só, sendo os nossos 39 livros reduzidos a 24, sem contudo alterar seu conteúdo.
     A Bíblia hebraica, desde a época do ministério terreno do Senhor Jesus, estava dividida em três partes: Lei, Hagiógrafos (Escritos Sagrados) e Profetas, em hebraico Torah, Nevyim ve Chituvim, cuja sigla ainda hoje usada é Tanach. Segundo Josefo, essa era a mesma divisão da Bíblia do primeiro século:
“Temos somente vinte e dois que compreendem tudo o que se passou, e que se refere a nós, desde o começo do mundo até agora, e aos quais somos obrigados a prestar fé. Cinco são de Moisésque refere tudo o que aconteceu até sua morte, durante perto de três mil anos e a sequência dos descendentes de Adão. Os profetas que sucederam a esse admirávellegislador, escrreveram em treze outros livros, tudo o que se passou depois de sua morte até ao reinado de Artaxerxes, filho de Xerxes, rei dos persas e outros livros, contém hinos e cânticos feitos em louvor de Deus e preceitos para os costumes.
Escreveu-se também tudo o que se passou desde Artaxerxes até os nossos dias, mas como não se teve, como antes, uma sequência de profetas, não se lhes dá o mesmo crédito que os outros livros, de que acabo de falar e pelos quais temos tal respeito, que ninguém jamais foi tão atrevido para tentar tirar ou acrescentar, ou mesmo modificar-lhes a mínima coisa. Nós os consideramos como divinos, chamamo-los assim; fazemos profissão de observá-los inviolavelmente e morrer com alegria se for necessário, para prová-lo” (História dos Hebreus, Contra Apion, Livro I, capítulo 2, CPAD, Rio, 1992).
    Dois pontos de fundamental importância encontramos nessa declaração de Josefo. Primeiro, os apócrifos são mencionados como não tendo o mesmo crédito dos demais. Convém lembrar que isso não é coisa dos protestantes. Trata-se, portanto, de um documento do final do primeiro século. Em segundo lugar, o historiador apresenta a mesma tríplice divisão que o Senhor Jesus mencionou em Lucas 24.44: “Convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos”. Os ‘Salmos’ representam os Hagiógrafos, pois encabeçam essa última parte, e que nesse Cânon não constam os apócrifos.
   A seleção dos livros autorizados ocorreu depois do encerramento do Cânon Sagrado, obviamente não pode ser encontrado na Bíblia. Portanto, a pergunta do bispo está mal formulada ou é capciosa. Visto que os 27 livros do Novo Testamento estão fora de questão, pois são os mesmos das edições católicas da Bíblia. O problema reside no Velho testamento. O Senhor Jesus usou e citou o cânon dos judeus, com isso podemos afirmar que a própria Bíblia afirma ser composta de 66 livros.
Pr. Esequias Soares, Teólogo Apologista da CPAD, Assembleia de Deus Jundiaí/SP

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016


                     Stephen Hawking eliminou a Deus?



                   
    William Lane Craig fala a respeito do último livro de Stephen Hawking e Leonard Mlodinow, “O Grande Projeto”, e critica as pressuposições filosóficas contidas nele. O grande projeto, de Stephen Hawking e Leonard Mlodinow desembarcou nas prateleiras das livrarias em 2010, na sequência de uma grande quantidade de pré-lançamento alardeado nos jornais, blogs e televisão. A conclusão dos autores não foi segredo para ninguém: “Como existe uma lei como a gravidade, o Universo pode e vai criar a si mesmo do nada” e, portanto, “não é necessário invocar a Deus para dar o pontapé inicial e definir o universo”.   Será que Hawking e Mlodinov encontraram a teoria de tudo, que busca responder às perguntas fundamentais sobre a vida? “Como podemos compreender o mundo em que nos encontramos? Como o universo se comporta? Qual é a natureza da realidade? De onde é que tudo isso vem? Será que o universo precisa de um criador?”
Os autores acreditam que a ciência é o caminho certo para responder a essas questões pois, segundo eles, outros meios falharam. “Tradicionalmente, estas são questões de filosofia, mas a filosofia está morta”, alega Hawking. Eles escrevem que a filosofia não tem acompanhado a física e não pode tratar com tais questões. Em vez disso, o leitor deve procurar a ciência: “os cientistas tornaram-se os portadores da tocha da descoberta, em nossa busca de conhecimento.” Ao rejeitar a filosofia de palavra, Hawking e Mlodninow, no entanto adotam na prática o cientificismo como sua filosofia. Os autores se propuseram – e alcançaram – o seu objetivo: “Afirmamos… que é possível responder a estas questões puramente dentro do domínio da ciência, e sem invocar quaisquer seres divinos.” A questão é: as respostas são corretas? Quanto a Hawking e Mlodinow, eles estão confiantes de que a teoria completa do universo “será um modelo do universo que cria a si mesmo.”
    Em suma, O grande projeto é fascinante e divertido, mesmo que tenha um pouco de anticlímax. Para Hawking e Mlodinow, o cientificismo, o determinismo e o reducionismo são a regra do dia. Infelizmente, O grande projeto rejeitou a filosofia – e, em seguida, fez mal. Para o resto de nós, nada ainda vem do nada, e universos ainda não criam a si mesmos.



Follow us: @lapologetica on Twitter | LogosApologetica on Facebook

 




    O mormonismo é cristão?            

 Conferência-Geral-Mórmon

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias surgiu em 1820, de uma suposta visão na qual dois seres celestiais apareceram a Joseph Smith, declarando que todas as igrejas existentes estavam erradas, todos os seus credos e todos que as professam são corruptos. De acordo com esses personagens, Smith fora escolhido para restaurar — não reformar — a igreja que havia desaparecido da face da Terra. As doutrinas mórmons, que se desenvolveram dessa visão, comprometem, confundem ou contradizem a natureza de Deus, a autoridade das Escrituras e o caminho da salvação.
Primeiro, embora os cristãos acreditem que Deus é Espírito (João 4.24), Joseph Smith ensinou: “O próprio Deus já foi como nós somos agora, e é um homem que foi exaltado, e está entronizado nos céus!” O mormonismo também defende uma pluralidade de deuses e afirma que “como o homem é, assim Deus era; como Deus é, o homem pode se tornar”. Adicionalmente, os santos dos últimos dias comprometem a natureza do Deus-Homem, Jesus Cristo. No Cristianismo, Jesus é o Criador autoexistente de todas as coisas (Colossenses 1.15-20). No mormonismo, Ele é o espírito irmão de Lúcifer, que foi concebido no céu por uma mãe celestial e veio em carne como resultado da relação sexual do Pai com Maria.
Desvios doutrinários impedem o mormonismo de ser considerado cristão.
Além disso, em nítida distinção da teologia cristã ortodoxa, os mórmons não acreditam que a Bíblia seja a infalível revelação da redenção (2Timóteo 3.16). Na visão deles, o Livro de Mórmon é “o livro mais correto do que qualquer outro na Terra e a pedra fundamental de nossa religião”. Duas revelações posteriores completam o quadrângulo mórmon: Doutrina e Convênios e A Pérola de Grande Valor. Doutrina e Convênios é uma compilação de revelações divinas que incluem a doutrina da poligamia. Só quando recebeu ameaças do governo federal é que o presidente mórmon Wilford Woodruff recebeu uma revelação deixando a poligamia para a vida após a morte. A Pérola de Grande Valor não é menos confusa; essa revelação ex-trabíblica foi usada pelo mormonismo para impedir que afro-americanos ingressassem no sacerdócio e fossem exaltados à divindade.
Finalmente, enquanto os cristãos creem que ficarão diante de Deus usando vestes de justiça (Romanos 3.21-22; Filipenses 3.9), os mórmons afirmam que aparecerão diante do Pai celestial vestindo aventais de folhas de figueira e segurando boas obras em suas mãos. De acordo com os santos dos últimos dias, quase todos estão qualificados para o céu. Assassinos, adúlteros e as pessoas mais vis da face da Terra irão para o reino telestial; mórmons indiferentes, pessoas religiosas e aqueles que aceitam o evangelho mórmom no mundo espiritual, entram no reino terrestre; e os mórmons fieis vão para o reino celestial. No entanto, somente aqueles que são selados em rituais secretos no templo é que vão para o terceiro nível do reino celestial e tornam-se deuses de seus próprios planetas. Esses e muitos outros desvios doutrinários impedem o mormonismo de ser considerado cristão.
”Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibas, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá” (Isaías 43.10).
Pr. Hank Hanegraaff