terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Diferenças entre o Cristianismo Bíblico e o Catolicismo Romano Rev Au...




Os santos católicos usados pelo candomblé 

Por Danilo Raphael 
Os santos gêmeos são muito prestigiados e populares em todo o Brasil. Mas é em Salvador, Bahia, que a dupla ganha mais notoriedade, sobretudo no mês de setembro, quando são festejados, em grande estilo, com o famoso caruru. O prato ganha tanto a mesa dos ricos quanto a dos pobres, e é sempre seguido de muita fartura e festa. Uma das obrigações de quem prepara o caruru de preceito é pedir esmolas para conseguir os ingredientes necessários. Uma vez pronto, o alimento é servido, primeiramente, aos santos e, em seguida, a sete crianças. Somente depois vira banquete para os demais convidados e para a própria família que o preparou. O prato, à base de quiabo e dendê, tem origem na África, no culto da sociedade yorubá aos Ibeji.
Todos os anos, ao se aproximar o dia 27 de setembro, data em que se comemora o Dia de Cosme e Damião, é comum encontrar pelas ruas de Salvador crianças e adultos atrás de esmolas (ingredientes) para a preparação do caruru dos santos. As pessoas mais abastadas pedem aos amigos uma ajuda simbólica, garantindo, assim, a tradição.
Embora a comemoração seja obrigatória no dia 27, os carurus baianos, no entanto, acontecem durante todo o mês de setembro e prosseguem até outubro, quando são festejados, no dia 25, São Crispim e São Crispiniano, que normalmente são confundidos na crendice popular com Cosme e Damião.
Representadas por duas crianças gêmeas, essas entidades eram cultuadas com presentes e oferendas de pratos típicos e doces nos rituais do Candomblé, que se repetem até os dias atuais. Entretanto, ao se tornarem escravos no Brasil, os africanos foram proibidos de cultuar seus santos de origem. Para burlar a vigilância de seus senhores, passaram a associar suas entidades aos santos católicos, o que chamamos de sincretismo.
Para que pudessem festejar seus Ibejis ou Erês (que significa criança que gosta de oferendas), os escravos adotaram os santos gêmeos católicos Cosme e Damião. É por esse motivo que Cosme e Damião, até hoje, são associados a crianças e se oferece caruru, balas e doces no seu dia. Embora o culto aos gêmeos tenha-se originado em longínqua data e em vários pontos da Europa, foi no Brasil, no entanto, especialmente na Bahia, que a fé nos santos ganhou mais força, juntando-se às devoções das raças branca e negra.
Hoje, é vasto o número de crianças que, durante várias gerações, tem sido ensinada por seus pais, professores e parentes a fazer pedidos a Cosme e Damião, com o fim de obter ajuda em suas necessidades. A Igreja Católica, por sua vez, apregoa que esses santos são protetores das crianças, dos gêmeos e padroeiros dos médicos. É costume entre os católicos a distribuição de balas e doces para as crianças no dia 26 de setembro. Segundo o padre Michelino Roberto, “pelo calendário oficial da igreja, a festa é celebrada no dia 26. Mas o povo prefere 27, data da inauguração da basílica que o papa Félix IV mandou erguer para os dois em Roma, no ano 500″.1
Será que há algum mal em permitirmos que as nossas crianças recebam esses doces ou balas? Ou, talvez, pedirmos proteção para elas a esses irmãos em Cristo que viveram séculos atrás? Afinal, eles não passam de cristãos que perderam a vida por amor a Cristo.
Muitas dúvidas pairam na mente dos pais de famílias evangélicas ao presenciarem outras crianças na escola ou numa festa em seu bairro recebendo doces e balas sem maiores preocupações por parte de seus respectivos responsáveis. E questionam: “O que há de tão errado nisso? Não passam de crianças se divertindo”.
A partir de então, analisaremos esses respectivos personagens, a lenda que se criou em torno de sua personalidade e a influência negativa às nossas crianças caso elas participem desses festivais comemorativos incentivados pela Igreja Católica.2
Quem foram?
Cosme e Damião eram irmãos gêmeos que, desde cedo, se envolveram com medicina, indo estudar na Síria. A data de seu nascimento, no 3 ° século, é incerta. Não se sabe ao certo as circunstâncias que os levaram a ter contato com o cristianismo. Reza a lenda que, por onde andavam, os gêmeos não cobravam pelos serviços que prestavam como médicos (daí serem chamados anárgiros, ou seja, “que não são comprados por dinheiro”), porque tinham como prioridade a conversão dos pagãos à fé cristã. Na verdade, eram outras riquezas que os atraíam.
Devido ao fato de não se prostrarem diante de outros deuses, o governo imperial ordenou a prisão dos dois médicos, acusados de acérrimos inimigos dos deuses pagãos. Assim, morreram como mártires de Cristo em 303 d. C, aproximadamente.
Cerca de 530 d.C., o imperador Justiniano, quando gravemente ferido, mandou construir, em Constantinopla, uma grande Igreja em honra desses mártires.
Zelo sem entendimento
Para que tenhamos uma idéia de como a crendice popular em torno desses dois irmãos vem tomando vulto, atentemos para o que diz o seguinte artigo: “Salvador, o bairro da liberdade, o mais populoso da capital baiana, terá um domingo de festa, amanhã, com a comemoração do dia dos santos Cosme e Damião. Haverá missas de uma hora na igreja que leva o nome dos gêmeos. Às 16 horas, uma procissão percorrerá as ruas. Os santos são muitos populares entre os adeptos do candomblé e os devotos do catolicismo. No candomblé, os santos correspondem aos ibejis ou erês, espíritos e crianças, considerados mensageiros dos orixás. Segundo a tradição, quem nasce neste dia tem a obrigação de oferecer caruru, todos os anos, a sete meninos”.3
Fui no jardim colher as rosas
A vovozinha deu-me a rosa
mais formosa
Fui no jardim colher as rosas
A vovozinha deu-me a rosa
mais formosa
Cosme e Damião, ÔOOOh Doun
Crispim, Crispiniano São os filhos
de Ogum Cosme e Damião, ÔOOOh
Doun Crispim, Crispiniano
São os filhos de Ogum
(cantigas da umbanda em que o catolicismo
se funde com os cultos afros)
A verdade sobre Cosme e Damião
É costume no catolicismo transformar centenas de cristãos sinceros, que se têm revelado ao longo da história da Igreja, em personagens de devoção religiosa para uma massa de fiéis que possui zelo de Deus mas nenhum conhecimento de sua palavra. Paulo disse em sua carta aos romanos: “Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento” (10.2).
A consideração a que chegamos é que uma grande parcela dos fiéis, tanto do candomblé quanto do catolicismo, busca uma relação sincera com Deus. Mas, devido ao fato de terem aprendido, seja por amigos, familiares, ou pela doutrina da igreja católica, que Cosme e Damião podem influenciar a vida deles e a de seus filhos, recorrem, ao precisarem de ajuda, aos ensinamentos que ouviram. São sinceros no que fazem, por assim dizer, mas não agem “com entendimento”.
O ensinamento de que o homem deve recorrer aos mortos para receber ajuda é amplamente divulgado pelo espiritismo e outras seitas por todo o mundo. É costume entre os católicos afirmarem: “Por que as pessoas que foram tão boas não podem nos ajudar?”.
Para esclarecimento dos leitores, e em resposta às seitas, vejamos alguns motivos por que ninguém deve praticar consultas aos mortos:
1 – É proibida por Deus (Dt 18. 9-11);
2 – Quem faz isso, não possui luz nele (Is 8. 19-20);
3 – Os mortos não são nossos mediadores (1 Tm 2.5).
Outros motivos dizem respeito ao fato de que não precisamos de seus auxílios. Vejamos porquê:
1 – Temos a confiança de que podemos nos aproximar diante de Deus e sermos socorridos pelo Senhor (Hb 4.16);
2 – Jesus é o nosso intercessor (1 Tm 2.5);
3 – Todo aquele que é nascido de novo pela fé é chamado santo (Rm 1.7; Ef 3.8; 4. 11-12);
4 – Cristo está o tempo todo intercedendo por nós (Hb 7.25).
Quando recorremos ao auxílio de algum santo (neste caso, Cosme e Damião), isso implica que Cristo é insuficiente, tanto para salvar como para abençoar as nossas crianças e os profissionais da área da medicina.
A oração é uma forma de culto. E foi o Senhor Jesus quem disse: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele darás culto” (Mt 4.10). Não devemos ser levados por filosofias vãs (Cl 2.8), antes, prestar o nosso culto racional a Deus (Rm 12.1). Devemos, isso sim, nos desvencilhar dos preceitos de homens (Mc 7.7), para que não ofereçamos a Deus um culto vão (1 Co 10.19-20).
Sabe qual é a má notícia sobre Cosme e Damião: Eles não podem nos ajudar!
Sabe qual é a boa notícia a respeito de Cristo: Ele “é o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6).

POR QUE NÃO CREIO NO SONO DA ALMA


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Muitos não creem na doutrina da imortalidade da alma, cuja crença explica que, após a morte o espírito separa-se do corpo e retorna para Deus. Alguns acreditam que ao morrer, o fôlego de vida (que segundo eles, é o que o homem possui (não alma e espírito, e serve para trazer-nos animação ao corpo), é retirado por Deus e reintegrado ao ar, porém não é entidade consciente nem homem real).
Ao dizerem estas palavras, professam sua crença na doutrina do sono da alma, isto é, acreditam que, ao morrer, a pessoa fica num estado de inércia, dormindo, até a ressurreição.
Segundo Ellen G. White (profetisa adventista), os cristãos são colocados em pé de igualdade com os espíritas (estes creem na imortalidade da alma e no retorno dos espíritos dos mortos entre os vivos), e afirma que os cristãos, por acreditarem na imortalidade da alma, “negam a origem divina da Escritura Sagrada.” (Eventos finais, 136).
Para desfazer esse grande absurdo, e esclarecer a razão de nossa fé aos que buscam verdadeiramente o apoio bíblico de nossa crença, propus o tema acima.
Como apoio a sua doutrina (a palavra doutrina significa ensinamento), os defensores da doutrina do sono da alma utilizam textos bíblicos, dentre os quais, Salmos 6.5; 146:4; Eclesiastes 9.5,6 e Isaías 38.18,19. Outro argumento utilizado por eles é o texto de 1Co 15.16-18, no qual o apóstolo Paulo diz que se não houvesse ressurreição dos mortos, os que morreram em Cristo estariam perdidos.
 Também citam as palavras de Paulo, em 1Tessalonicenses 4.16-18, sobre a ressurreição dos mortos, o qual afirma que quando Jesus vier, seremos transformados e “estaremos com Cristo para sempre”. Ainda baseiam-se em Mateus 25.21 como refutação à doutrina da imortalidade da alma, o qual diz que no dia do julgamento Jesus fará os elogios aos que forem aprovados por Ele: “Muito bom, servo bom e fiel (...). Entra no gozo do teu Senhor!”.
Com esse texto, lançam a seguinte pergunta: Se o espírito do salvo já está com Deus, que sentido teria em julgá-lo ou elogiá-lo só após a ressurreição? Da mesma forma, dizem não haver sentido julgar-se alguém que já está penando no inferno.
Na realidade, não cremos na doutrina do sono da alma, isto é, que após a morte a alma fica inconsciente, em estado de inexistência,assim como é um absurdo a teologia do aniquilacionismo (que diz que a alma dos ímpios (pecadores), após a sua morte física, será destruída) porque de acordo com a Bíblia:
a.      O homem possui alma (sede de emoções e sentimentos) e esta é imortal, conforme indicam os textos abaixo, extraídos da versão ARC (Almeida Revista e Corrigida): “Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma (...). (Mt 10.28).  (grifo meu).
Observe: ambos, separados, alma e corpo. O corpo morre, mas a alma não pode morrer. Assim, vemos que o homem é dotado mais do que de “fôlego de vida”, mas tem algo espiritual, que ao findar o fôlego, continua como alma vivente.
Em Ec 12.7 observamos o seguinte texto:  “E o pó volte a terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.”
   Observe que o pó, aqui, trata-se do corpo, pois, de acordo com Gn 2.7, o homem foi criado do pó da terra. Novamente verificamos nesse texto que o corpo (que é pó) fica, e o espírito vai, desligando-se um do outro na morte.
Assim sendo, ao morrer, o espírito do cristão, não morre,  mas retorna a Deus, assim como a alma (sede de emoções e sentimentos humanos) está bem acordada e consciente, pois de acordo com a parábola de Lázaro e o rico, contada por Jesus, ambos estavam em pleno domínio de suas faculdades mentais, inclusive o rico sentiu sede, e também demonstrou medo e preocupação pelos seus irmãos que estavam vivos. Em 1 Pe 3.18-20 observamos que os espíritos em prisões, os quais Jesus desceu a pregar, na ocasião de sua morte, tratava-se de pessoas que haviam morrido. Não teria sentido Jesus ir até eles se suas almas estivessem em sentido de inconsciência, dormindo. Mas abaixo citarei outros textos que comprovam a consciência da alma após a morte.
 Leia Lc 20.37 e compare com Mt 22.30. O primeiro texto diz o seguinte:
 “E que os mortos hão de ressuscitar também o mostrou Moisés junto da sarça, quando chama ao Senhor Deus de Abraão, e Deus de Isaque, e Deus de Jacó. Ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, porque para ele vivem todos”. (Confira Ex 3. 6). (grifo meu)
Repare: No versículo 37, o argumento de Paulo em favor da ressurreição é baseado no fato de Deus, ao falar com Moisés, denominar-se o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó (três pessoas já mortas na época). Logo, Paulo conclui que, se Deus não é Deus de mortos e ainda assim Ele disse que era Deus de três homens que já haviam morrido, estes homens haviam de estar vivos de algum modo, em algum lugar, e não inconscientes , como ensinam os defensores do “sono da alma.
Em Josué 1.2, Deus diz a Josué: “Moisés, o meu servo é morto.” Se dermos crédito às palavras do apóstolo Paulo, descritas acima que diz que Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, fica difícil acreditar que se Deus chamou Moisés, depois de morto, de “meu servo”, ele estava se referindo a um defunto, em estado de inconsciência.
Lucas também parece crer na consciência da alma após a morte:
“E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” (o ladrão estaria morto naquele dia, como pois Cristo disse “hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”?) Certo é que na carne (no corpo) não seria, e, para tanto, não poderia estar em estado de inexistência. (Lucas 23:43)
Com o intuito de encontrar argumentos convincentes a sua doutrina da inconsciência da alma após a morte, já foi feita uma nova versão da Bíblia. No texto onde Jesus diz ao ladrão que naquele mesmo dia (hoje), eles estariam juntos no paraíso, mudaram o sentido, colocando uma vírgula após a palavra hoje, ficando o texto da seguinte forma: “Em verdade te digo hoje, estarás comigo no Paraíso”. Só inventando mesmo para negar a imortalidade da alma.
Em Atos 7.59 encontramos o seguinte texto: “E apedrejaram a Estevão, que em invocação dizia: Senhor Jesus recebe o meu espírito.” (grifo meu)  Embora cremos que o homem é um ser tricotômico (composto por corpo, alma e espírito), e asseverando que por ocasião da morte o espírito volta a Deus, não  há sentido em crermos que a alma fica com o corpo inerte, pois além do exemplo acima citado, da parábola de Lázaro e o rico, vemos a afirmativa de Paulo em Fp 1.23 cujo desejo era estar com Cristo, dizendo ele que,  para que isso seria muito melhor. Não vejo sentido em o apóstolo aos gentios querer "estar com Cristo" se ele, desprovido de sua alma, não sentiria nenhum sentimento de gozo. 
Observe: Estevão estava sendo morto, apedrejado, e como conhecedor das verdades divinas sabia que o sangue e a carne não podem herdar o Reino de Deus (1Co 15.50), todavia, ele tinha consciência de que seu espírito, por ocasião de sua morte, voltaria a Deus, conforme declara a Bíblia Sagrada nos versículos que lemos acima.
O apóstolo Paulo pensava da mesma forma, conforme observamos em Filipenses 1 21-23:
 “Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei, então, o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.”
Vemos, aqui, novamente, que o apóstolo Paulo expressa sua preocupação e ansiedade aos irmãos da cidade de Filipos (os filipenses), dizendo-lhes que preferia morrer (partir) e estar com Cristo, no entanto, julgava ser necessário permanecer com eles, na carne (no corpo).
O ponto que pretendo chamar a sua atenção é que Paulo disse que desejava “partir (morrer) e estar com Cristo”, portanto, não há como acreditar que o apóstolo pensasse que a morte o levaria a um estado de inconsciência, um sono que eliminaria suas faculdades mentais, onde só despertaria no dia da ressurreição, conforme ensinam, usando partes da Bíblia, sem apelar para seus contextos. Contextos são os textos que vem antes e/ou depois daquele em estudo.
b . Após a morte, a alma dos ímpios mortos não são aniquiladas, isto é, não deixam de existir, mas tanto ímpios como justos ficam conscientes: Os defensores do sono da alma são chamados aniquilacionistas porque acreditam na aniquilação dos ímpios após a morte, isto é, acreditam que após morrer, o ímpio passa do estado de existência física para a total inexistência (deixam de existir). Para tanto apóiam sua crença em textos como o Salmo 37.10 que diz o seguinte: “Pois ainda um pouco e o ímpio não existirá; Olharás para o seu lugar, e não aparecerá”.
No entanto, conforme confirmam muitos estudiosos dos idiomas originais da Bíblia, o mesmo termo hebraico usado nesse salmo sobre o perecimento do ímpio (que é abad), é o mesmo empregado em Isaías 58.1 e Miquéias 7.2, para falar sobre o perecimento do justo.
No entanto, os aniquilacionistas, não acreditam que os justos deixarão de existir. Então, por que somente os ímpios serão aniquilados (deixarão de existir) se o termo para “perecimento” (abad) é usado para ímpios e para justos?
Segundo autoridades da Bíblia, a palavra abad é designada para descrever coisas perdidas, mas encontradas depois, conforme se observa em Deuteronômio 22.3. Basta ler Lucas 16.19-31 para observar que essa doutrina não tem base nos escritos bíblicos, visto que, conforme já foi mostrado acima, o rico da história, após morrer sem ter se preocupado em fazer a vontade divina, encontrava-se em um lugar de tormento, tão consciente que podia lembrar-se de sua situação enquanto vivo (v 25). De outro lado o mendigo, Lázaro, foi repousar junto ao seio de Abraão (v.22), também consciente, pois o rico pediu que deixasse que Lázaro molhasse a ponta de seu dedo para refrescar-lhe a língua. Observe também os textos a seguir:
 “Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus Vivo, à Jerusalém Celestial, e aos muitos milhares de anjos, à igreja universal e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados”. (Hebreus 12.22,23). (grifo meu)
O texto acima não diz de salvos encarnados (com seus corpos materiais), mas os espíritos deles, a quem o escritor somou aos demais personagens que compõem a Jerusalém Celestial. Se Deus não é Deus de mortos, é óbvio que estes "espíritos" não vagavam sem alma (sem consciência própria). 
Em Apocalipse 6.9-11, João viu almas conscientes:
“E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus (...). E clamavam com grande voz, dizendo: (...).” (grifo meu).
Paulo outra vez faz separação entre corpo e espírito (provido de alma): “Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe), foi arrebatado até ao terceiro céu.” (2 Coríntios 12.2)
Observação: O apóstolo Paulo deixa em aberto se certo homem foi arrebatado no corpo (carne) ou fora dele. Assim, se há dúvida da parte de Paulo sobre em qual estado houve o arrebatamento dessa pessoa, no corpo ou fora dele, é fato que o apóstolo cria que existia algo no homem que podia separar-se do seu corpo conscientemente (se o que o homem tem é apenas o fôlego de vida que traz animação ao corpo, porque Paulo conjectura que talvez o arrebatamento possa ter sido “fora do corpo” e o tal homem viu coisas inefáveis?).
a) Dormir é relativo ao corpo e à vida física, não à alma:
Em Mateus 27.52 lemos: “Abriram o sepulcro e muitos corpos dos santos que dormiam foram ressuscitados”.
Veja: Dormir, aqui, denota a ideia de o corpo estar em repouso, não a alma. Os corpos estavam estáticos e foram “despertados”, posto em movimento com a ressurreição. O texto não deixa qualquer brecha para se pensar em alma dormente, mas trata exclusivamente do corpo.
Os adeptos do sono da alma usam o versículo a seguir para provar suas teorias, mas observe as palavras do sábio Salomão:
 “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco eles têm jamais recompensa, mas a sua memória ficou entregue ao esquecimento. Até o seu amor, o seu ódio, a sua inveja, já pereceram e já não têm parte alguma do que se faz debaixo do sol.” (Eclesiastes 9.5,6).  (grifo meu)
Repare: O texto em estudo declara que “os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa”. Conforme, bem coloca os comentaristas de A Bíblia Apologética, se o interpretarmos de modo absoluto, somos forçados a admitir que todos os mortos estão nivelados pela inconsciência, sem nenhuma possibilidade de obter recompensa. Mas tanto as testemunhas de Jeová quanto os adventistas admitem que uma classe de mortos vai ressuscitar e terá recompensa (Dn 12.2; Jo 5 28,29; Ap 22:12).
Logo, há de se admitir que a interpretação correta da passagem tenha outro sentido: está afirmando que os mortos não terão recompensa nem sabem nada do que se faz “debaixo do sol” (v. 6), isto é, nesse plano atual, na verdade, nenhum morto tem qualquer relacionamento com os que aqui ficam, mas isso não quer dizer que estará inconsciente no lugar para onde vão.
   Se for fiel, irá para o céu, se, porém, afastarem-se dos ideais divinos sofrerão, conforme indica o texto de Lc. 16.19-31 (a história do rico e Lázaro, que vimos acima).
Em Romanos 8:11 está escrito:  “E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificarão os vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita”. (grifo meu)
A ressurreição é o momento em que nosso corpo será vivificado e transformado em um corpo incorruptível (sem pecado). Observe o texto abaixo:
 “Assim morreu ali Moisés, servo do Senhor, na terra de Moabe, conforme o dito do Senhor. Este o sepultou num vale, na terra de Moabe, (...); e ninguém tem sabido até hoje a sua sepultura. (Dt 34.5-6)  (grifo meu)
Agora compare com Mt 17.1-3:
“Seis dias depois, tomou Jesus a Pedro, e a Tiago, e a João, e os conduziu em particular a um alto monte. E transfigurou-se diante deles (...). E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.”
Perceba que em Deuteronômio (essa palavra significa “Segunda Lei”), a Bíblia narra a morte de Moisés, dizendo que o próprio Deus enterrou o seu corpo, enquanto que Mateus narra que três dos discípulos de Jesus puderam ver Elias (que fora arrebatado) e Moisés (que estava morto), juntamente com Cristo transfigurado (mudado de forma).
Se ao morrer o homem fica em estado de inexistência (como creem os adeptos da doutrina do sono da alma), como, pois, Moisés (que estava morto), apareceu no monte da transfiguração? O que observamos bem claramente nesse texto é que, tanto os que foram arrebatados (como Elias), quanto os que morreram (como Moisés),  seu espírito continua vivo, no mundo espiritual.
b) Deixamos de existir, dormimos, para esta existência terrena, mas estamos conscientes no mundo espiritual, tanto os justos, quanto os ímpios:
Contrário ao que alguns apregoam, nós, cristão, não cremos e refutamos (Contestamos, contradizemos, combatemos com argumentos) a crença espírita do retorno dos espíritos desencarnados (mortos) a esta existência. Para ver o motivo de nossa refutação, leia neste blog o texto “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, no subtítulo As previsões mediúnicas falharam, na parte comunicação dos vivos com os mortos.
Na verdade, o que defendemos é que o corpo fica no pó, mas o espírito desliga-se dele, com consciência, no mundo espiritual (não no físico), tanto o espírito dos justos, quanto o dos ímpios, conforme nos indica os textos a seguir:
 “Porque há esperança para a árvore, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos, se envelhecer na terra a sua raiz, e morrer o seu tronco no pó, ao cheiro das águas, brotará e dará ramos como a planta. Mas morto o homem, é consumido; sim, rendendo o espírito, então, onde está? Como as águas se retiram do mar, e o rio se esgota e fica seco, assim o homem se deita e não se levanta: até que não haja mais céus, não acordará, nem se erguerá de seu sono.” (Jó 14,7-12). (grifo meu)
Vemos neste texto, que Jó deixa claro a que tipo de sono se refere: o homem morre, e diferente das árvores, não podem mais voltar a Terra, mas seu corpo permanece sem erguer-se, dormindo. Quanto ao espírito a pergunta de Jó foi: “Rendendo o espírito, então onde está?”, ao que explica que não mais na Terra, pois morto o homem não mais se levanta, diferente das árvores, porque sua existência aqui (no mundo dos vivos), já não é mais possível. Seu corpo só se erguerá na ressurreição, quando seremos transformados e teremos um corpo glorificado, e herdaremos novo céu e nova terra (2 Pe 3.7,10,11; Ap 20.11) e os ímpios herdarão a condenação (Jo 5.29).
Da mesma maneira podemos entender os demais textos citados pelos aniquilacionistas, que assim o fazem na esperança de provar que não ha inferno. Porém, conforme bem explica o dr.Scofield, em sua anotação descrita abaixo, sobre Hc 2.5, observamos que:
Em nota de Lc 16.23, o Dr. Scofield afirma:
 “Embora ambos, hades e sheol, sejam às vezes traduzidos para “sepultura” ou “morte” (compare Gn 37:35; 1Co 15.55), jamais indicam um lugar de sepultamento, mas, antes, o estado do espírito depois da morteVeja Lc 16-23 (o rico estava em plena consciência após a morte).
Em Atos 7. 60, cujo episódio narra a morte de Estêvão, a Bíblia diz que após ele entregar o espírito a Deus, adormeceu. Ou seja, seu corpo estava inerte e seu espírito desligado dessa realidade, mas em outro lugar (que cremos ser no Paraíso) ele estava conscientemente com Deus: “... Senhor Jesus, recebe o meu espírito. (...) E tendo dito isto, adormeceu”. (grifos meus).
Observe: Primeiro ele pede para que seu espírito seja recebido por Jesus, só então, adormece. Se o espírito estava com Cristo, o que adormeceu? Não seria a matéria, o homem físico? Esse mundo é material, logo, tendo o espírito de Estêvão sido entregue ao Senhor, ele já não mais fazia parte desta vida. Daí o sentido de “dormir” na morte, isto é, estar desligado desta realidade.
Os defensores da doutrina do sono da alma alegam que se a Bíblia diz que estavam dormindo, logo, devemos aceitar que não pode haver outro sentido além do que foi dito. No entanto, sabemos que a Bíblia é cheia de figuras de linguagem, como: metáforas, símiles ou comparações, hipérpoles, eufemimos, etc. Quando Jesus disse: “Eu sou a porta”, por exemplo, ele não estava se autodenominando o objeto porta, mas, falava de sua função de nos introduzir a Deus, isto é, ele é o acesso a Deus.
  Da mesma forma existem eufemismos na Bíblia (figura de linguagem, utilizada para substituir um termo ou palavra por outra, com a finalidade de suavizar, de tornar mais agradável), como, por exemplo, quando o apóstolo Paulo utiliza a expressão “partir” ao invés de “morrer”.
   Se tivermos que pegar ao pé da letra todos os versículos onde é usado a expressão dormir com o sentido de morrer, e crer que a alma dorme (fica inconsciente), então no texto de Mt 9.24, no qual Jesus diz que a garota não está morta, mas dorme, devemos acreditar que ela não morreu. No entanto, se ao invés de atentarem-se tanto para a palavra dormir, os defensores do sono da alma prestassem mais atenção na expressão “ela não está morta”, cujo contrária é “ela está viva”, não teriam coragem de dizer que ao morrer ficamos inconscientes ou em estado de inexistência. Cremos ser esse sono, uma afirmativa de que “debaixo do sol” (nesta vida) não temos mais parte alguma, estamos dormindo (inconscientes para o mundo físico).
Dormir, no entender popular é estar “desligado”, como se vê no exemplo a seguir: Maria cumprimentou Ronaldo que, despercebido, não lhe respondeu. Então João que estava atento, dá um cutucão no amigo e lhe adverte: “Acorda, Ronaldo, a Maria está falando com você, cara. Parece até que você está dormindo!”.
Ou seja, ambos estavam no mesmo espaço quando Maria falou com Ronaldo, porém, somente João percebeu porque estava “acordado”, isto é, com os sentidos ligados , enquanto que Ronaldo estava fisicamente ali, mas com os pensamentos em outro lugar.
Outro exemplo para explicar como cremos no sono em relação à morte é o seguinte: Joana chegou à casa de Luíza, mas esta estava dormindo. Então aproveitou para conversar com sua mãe que estava fazendo os afazeres domésticos. Após alguns minutos, Luíza acordou, e ao ver que Joana estava em sua casa desculpou-se: “Oi, Joana! Desculpe amiga, mas não vi você chegar”. Então a amiga lhe responde: “Eu sei, é que quando cheguei você estava dormindo”.
Ou seja, Joana sabia que quando dormimos, embora a presença física esteja ocupando o mesmo espaço, ficamos alheios ao que se passa ao nosso redor.
É assim que entendemos a morte no sentido de sono: Para os que morreram, embora o corpo possa estar presente no mesmo espaço que os vivos, seus sentidos (sua alma/ seu espírito) estão distantes, em outro lugar, no Paraíso, conforme disse Jesus ao ladrão da cruz. Lá estamos alheios a este mundo, a tudo que se passa “debaixo do sol” (Eclesiastes 9.5,6).
Sobre o texto de 1Co 15.16,18, usado pelos adventistas como tese para a defesa do sono da alma, uma leitura mais apurada revela o seguinte:
1- O versículo 12 mostra-nos que havia entre os cristãos coríntios (da cidade de Corinto), alguns que pregavam que Cristo não ressuscitou, isto é, negavam a ressurreição corpórea de Cristo, tendo forçado o apóstolo a inquirir dos irmãos se foi isso que ele havia ensinado e se foi isso o que eles, de início, haviam crido (v. 11);
2- O próprio Paulo havia ensinado que Cristo é as primícias dos que dormem (morrem), isto é, o primeiro a ressuscitar e não mais morrer, e, se assim não fosse, tudo o que Paulo ensinou não passava de mentiras, mas isso não podia ser possível, porque como ele próprio explicara em sua defesa, ele passou aos irmãos o que recebeu do Senhor, isto é, que ele foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras (Veja os versículos 1-4). A pregação de Paulo consistia na crença, não só da morte, mas na ressurreição de Jesus.
3- No versículo 13,14 e 15 ele continua sua explanação defendendo a importância dessa crença: “Se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.” E no versículo 17, ele explica por quê: “E, se Cristo não ressuscitou é vã a vossa fé, e ainda permanecereis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos”. (grifo meu)
Veja bem: Paulo disse aos coríntios que se Cristo não ressuscitou, “é vã a vossa fé”, porque nesse caso haviam acreditado em mentiras (e a base do cristianismo é a ressurreição de Cristo, que é a prova de sua divindade), e, sendo isso mentira, estariam perdidos, porque “permanecereis nos vossos pecados”.
   Não era a morte de Jesus que nos remiria dos pecados, mas a sua morte e ressurreição. O apóstolo aos gentios (Paulo), explicou aos romanos (4.24,25) que somos justificados para com Deus porque cremos que, por nossos pecados, Jesus foi entregue e ressuscitado. Assim, a preocupação de Paulo era que os irmãos não deixassem de crer na ressurreição corpórea de Cristo (que é o motivo de nossa justificação), e não para provar que sem a ressurreição estamos perdidos (inexistimos).
Para melhor me fazer entender, utilizarei a explanação do dr. McNair, em A Bíblia Explicada:
“(...) O apóstolo considera uma variedade de circunstâncias ligadas à hipótese de não haver a ressurreição dos mortos:
a) Nesse caso, Cristo não ressurgiu - A bem-aventurança de haver um Salvador e Mestre vivo, presente, poderoso, fica sendo meramente um fato histórico passado, e o cristão está abraçado com um defunto. (grifo meu)
b) Nesse caso, nossa fé é vã, porque a fé cristã abraça, não a um menino no colo da mãe, nem um mártir pregado na cruz, mas um Salvador vivo à destra (a mão direita) de Deus. (grifo meu)
c) Nesse caso, o Evangelho é falso - Porque afirma como sua verdade central, a ressurreição de Cristo. Não pode haver um Evangelho sem um Salvador vivo. (grifo meu)
d) Nesse caso, os pecados não foram purificados - Se Cristo não ressurgiu não há prova de que a sua morte expiatória tenha sido suficiente.
(...).”
Assim, observamos que sem a ressurreição os santos estariam perdidos porque esta é a base da nossa pregação, assim, toda a mensagem de Paulo e dos demais apóstolos, bem como tudo o que afirmam as Escrituras seria mentira. E, conforme vimos acima, nosso corpo aguarda a ressurreição, mas a alma não dorme, nem morre. Por esse motivo, creio na imortalidade da alma e afirmo que a doutrina do sono da alma não encontra apoio na Bíblia Sagrada.

OBS.: Este blog não tem por finalidade promover discussões de qualquer espécie, mas, esclarecer o meu ponto de vista bíblico sobre questões diversas. Embora não concorde com todos os dogmas religiosos, a educação me faz respeitar a todas as pessoas que as integram.
Portanto, não são bem vindos comentários maldosos contra qualquer instituição religiosa, nem textos que pressuponham debates que a nada levam (2 Tm 2.14,23; Tt 3.9). Porém, se o leitor quiser fazer alguma observação sem esse fim ou registrar dúvidas concernentes ao tema, fique a vontade para utilizar o campo de comentários que fica abaixo (Se for possível utilizar respostas rápidas e objetivas, responderei no próprio campo de comentário, porém, se a resposta exigir uma explanação mais minuciosa, responderei ao leitor em forma de novos textos neste mesmo blog).
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Um grande abraço, e que o Espírito de Deus ilumine nosso entendimento.

No amor de Cristo,
Leila Castanha
01/2014

Bibliografia:
A Bíblia Sagrada – com as referências e Anotações de Dr. C.I.Scofield, 1987.
Bíblia Apologética de Estudo (Edição Ampliada) – ICP
BULLÓN, Alejandro. Sinais de esperança:...Tatuí,SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011.
CALVINO, João. 1coríntios. São Paulo: Edições Paracletos. 1996.
WHITE, Ellen G. A Grande Esperança:... Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011.
WHITE, Ellen G. Eventos Finais. 2 ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1994
MCNAIR, S.E. A Bíblia explicada. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1983.
RINALDI, Natanael; ROMEIRO, Paulo. Desmascarando as Seitas... Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1996.