segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A crença na vida fora da terra


Pr.Natanael Rinaldi

O jornal A TRIBUNA* traz um artigo sobre um encontro realizado em Peruíbe que discutiu sobre a possibilidade de existência de seres extraterrenos. Como prova da existência de ETs foi citado o seguinte: "CAPITULO DA BÍBLIA É MENCIONADO - A ufóloga, integrante do Projeto Portal, Rosana Batarelli, de 42 anos, afirma que o fenômeno UFO é bem mais amplo do que supõe. Ela crê que extraterrestres já visitam o planeta há milênios. 'Não dá para dissociar os ETs do Homem. Por exemplo, qual o nosso maior livro ufológico? A Bíblia'."

Um exemplo do que Rosana quer dizer pode ser encontrado em Ezequiel, capítulo 1, versículos 1 a 25, em que o profeta descreve a visão de quatro querubins com a aparência de homens, que saíam do meio de uma coisa brilhante como o metal e com rodas. Segundo ela, estamos no limiar de profundas mudanças na Humanidade - e os extraterrestres acompanhariam de perto esse processo.

Como se vê essa manifestação de ufólogos que se pronunciam sobre a vida fora da terra, procurando interpretar a Bíblia e com a passagem de Ezequiel 1.1-25?

Realmente essa passagem tem relação com a aplicação que está sendo feita pelos ufólogos para provar a vida fora da terra? Interessante como as pessoas que pouco lêem a Bíblia procuram dar interpretações capciosas para apoiar suas teorias não consistentes com a própria Bíblia. Como sabemos a ufologia é o estudo dos fenômenos relacionados com discos voadores e extraterrestres, reunindo fotos e depoimentos, com o objetivo de demonstrar a existência de vida fora da Terra.

Nada tem a ver com a visão de Ezequiel 1.1-25, senão vejamos: em 1.4 olhei, diz Ezequiel. Ele recebe uma visão da glória e da santidade de Deus.

As "visões de Deus (v. 1) eram fundamentais ao seu ministério entre exilados; 1.5 quatro animais.. Estes seres viventes são posteriormente identificados como querubins (10.20). Os querubins são seres angelicais que manifestam aos seres humanos a santidade e a glória de Deus (1 Cr 28.18) Podem acompanhar a Deus em ocasiões de condenação ou de bênção.

Nesta visão de Ezequiel, os querubins manifestavam aos exilados a glória e a santidade de Deus, através da dita visão; no 1.10 A semelhança do seu rosto. Os rostos de homem, de leão, de boi e de águia representam a criação por Deus, dos seres viventes que também aparece em Apocalipse 4.7; no v. 1.12 O Espírito. Os querubins são dirigidos pelo "Espírito" que, sem dúvida, refere-se ao Espírito de Deus (v. 2); em 1.13 brasas de fogo ardentes. Estas brasas falam da santidade de Deus (Ex 3.1-5) e o seu juízo no castigo do pecado.

O fogo que se movimenta simboliza a energia e o poder do Espírito Santo (At 1.8). e 1.16-25 o aspecto das rodas. Ezequiel vê uma espécie de carro-trono em movimento constante. Deus é manifesto num trono móvel que nunca pára, e que vai para o Espírito ordena. A linguagem figurada simboliza a soberania de Deus sobre todas as coisas, e a sua presença em todas as esferas da sua criação. Ele está presente com os exilados às margens do rio Quebar.

Quer dizer que a visão de Ezequiel 1.1-25 nada tem a ver com fenômenos ligados à ufologia?

Não. Se os ufólogos quiserem provar a existência de seres ETs que o façam usando outros recursos, mas não recorrendo à Bíblia.

O que diz a Bíblia sobre a existência de seres ETs ou nada fala sobre o assunto?

Em Gênesis 1.1, a terra é colocada em lugar de destaque. Neste versículo, a terra não precisaria ser mencionada, uma vez eu já está englobada na palavra "ceus", que inclui as galáxias e os planetas criados por Deus.

Em Hebreus 11.3, lemos: " "Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente." Basicamente, a terra é o único planeta criado para ser habitado pelo homem atual. "Porque assim diz o SENHOR que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; ele a confirmou, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o SENHOR e não há outro." (Is 45.18).
A terra foi criada antes dos luminares, os quais só aparecem no quarto dia (Gn 1.1-19). A terra está cheia da glória e das riquezas de Deus, enquanto os demais planetas nada apresentam além de montanhas, desertos, calotas polares, vulcões e desfiladeiros.

A criação de Deus não envolveu também os anjos? Poderiam ser eles chamados de ETs?

Dentro do conceito dos ufólogos não. Estes questionam a existência de ETs originários de outros planetas e não é o caso dos anjos. Os anjos foram criados todos de uma só vez. São seres inteligentes, mais poderosos do que os seres humanos e hoje se dividem em duas classes: os anjos bons, os que ficaram a serviço de Deus. "E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, E os céus são obra de tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; E todos eles, como roupa, envelhecerão, E como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, E os teus anos não acabarão.

E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra, Até que ponha a teus inimigos por escabelo de teus pés? Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação." "(Hb 1.10-14). Assim, os anjos fiéis são seres espirituais, imortais que estão a serviço de Deus. Existe outra classe de anjos chefiados pelo Diabo e os tais são chamados demônios, espíritos malignos, espíritos imundos e que estão a serviço do seu chefe. Paulo nos adverte contra eles, e diz: "Não deis lugar ao diabo." (Ef 4.27). Uma coisa é certa: a Bíblia jamais deixaria de informar a respeito da vida em outros planetas, caso ela existisse. Tudo não passa de especulação.

* jornal A TRIBUNA do dia 27 de abril de 2009

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Debate sobre o livro Deus, um delírio Richard Dawkins vs John Lennox






















A Matança dos cananitas



Por William Lane Craig


Traduzido e adaptado por Leandro Teixeira.

Questão 1:

Nos fóruns, tem havido muitas boas questões levantadas acerca do assunto da ordem de Deus para os judeus cometerem “genocídio” às pessoas da terra prometida. Como você tem colocado em alguns de seus trabalhos escritos que estes atos não se ajustam com o conceito ocidental de Deus sendo um doce papai no céu. Agora nós certamente podemos encontrar justificativas para aquelas pessoas ficarem debaixo do julgamento de Deus por causa dos seus pecados, idolatria, sacrifício de suas crianças, etc. Mas uma difícil questão é a matança de crianças e bebês. Se as crianças são jovens o suficiente juntamente com os bebês são inocentes dos pecados que a sua comunidade tinha cometido. Como nós reconciliaremos esta ordem de Deus para matar as crianças com o conceito de Sua Santidade? – Obrigado, Steven Shea.

Questão 2:

Eu tenho ouvido você justificar a violência do AT com a base de que Deus usou o exército Israelita para julgar os cananitas e a eliminação deles pelos israelitas é moralmente correta por que eles estavam obedecendo a uma ordem de Deus (devia ser errado se eles não tivessem obedecido a Deus na ordem de eliminar os cananitas). Isto se assemelha um pouco em como os Muçulmanos definem moralidade e justificam a violência de Maomé e outras questões morais questionáveis (os muçulmanos definem moralidade como o cumprimento da vontade de Deus). Você pode ver alguma diferença entre a sua justificativa da violência no AT e a justificação islâmica de Maomé e os versículos violentos do Alcorão? São a violência e as ações questionáveis de moralidade e os versículos do Alcorão bons argumentos ao falar com os muçulmanos? – Anônimo

Dr. William Lane Craig responde:

De acordo com o Pentateuco (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento), quando Deus tirou seu povo da escravidão do Egito e os fez voltar para a terra dos seus antepassados, Ele os direcionou para matar todo o povo cananita que estavam vivendo na terra (Dt. 7:1-2; 20:16-18). A destruição seria completa: cada homem, mulher e criança seriam mortos. O livro de Josué conta a história dos israelitas levando a cabo a ordem de Deus cidade após cidade do começo ao fim de Canaã.

Esta história ofende nossa sensibilidade moral. Ironicamente, contudo, nossa sensibilidade moral no Ocidente foi basicamente, e para muitas pessoas inconscientemente, formada por nossa herança judaico-cristã, a qual nos ensinou os valores intrínsecos dos seres humanos, a importância da conduta justa mais que caprichosamente, e a necessidade da adequada punição para o crime. A Bíblia mesma inculca os valores os quais estas histórias parecem violar.

A ordem para matar as pessoas cananitas está discordante precisamente porque ela parece tão em desacordo com o retrato de Javé, o Deus de Israel, como Ele é pintado nas Escrituras Hebraicas. Contrariamente à retórica vituperante de alguns como Richard Dawkins, o Deus das Escrituras hebraicas é um Deus de justiça, que sofre e de compaixão.

Você não pode ler os profetas do Antigo Testamento sem um senso de profundo cuidado de Deus pelos pobres, oprimidos, humilhados, órfãos e outros. Deus demanda justas leis e justas regras. Ele literalmente suplica às pessoas que se arrependam de seus caminhos errados que Ele poderia não julgá-los. “Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva” (Ez. 33:11).

Ele enviou um profeta até mesmo para a cidade pagã de Nínive por causa da Sua compaixão pelos habitantes, “homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda” (Jn 4:11). O próprio Pentateuco contém os 10 mandamentos, um dos maiores códigos morais da antiguidade, os quais moldaram a sociedade ocidental. Até mesmo o severo “olho por olho, dente por dente” não foi uma descrição de vingança, mas uma verificação na punição excessiva para cada crime, servindo para moderar a violência.

O julgamento de Deus é qualquer coisa, menos caprichoso. Quando o Senhor anunciou de julgar Sodoma e Gomorra pelos seus pecados, Abraão corajosamente perguntou,

E chegou-se Abraão, dizendo: Destruirás também o justo com o ímpio? Se porventura houver cinqüenta justos na cidade, destruirás também, e não pouparás o lugar por causa dos cinqüenta justos que estão dentro dela? Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra? (Gn 18:25).

Tal como o negociante do Oriente Médio pechincha em uma barganha, Abraão continuadamente diminuiu o preço, e a cada vez Deus se comprometeu, sem nenhuma hesitação, garantindo a Abraão que se houvesse até mesmo 10 pessoas corretas na cidade, Ele não a destruiria por causa deles.

Então o que é que Javé está fazendo comandando o exército judeu para exterminar o povo cananita? É precisamente porque nós esperamos que Javé agisse justamente e com compaixão que nós achamos estas histórias tão difíceis de compreender. Como pode Ele comandar soldados para matar crianças?

Agora, antes de tentar dizer algo em forma de responda para esta difícil questão, nós devemos por bem primeiramente parar e perguntar a nós mesmos o que está em jogo aqui. Suponha que nós concordemos que se Deus (que é perfeitamente bom) existe, Ele não poderia ter emitido semelhante ordem. O que se segue? Que Jesus não ressuscitou dos mortos? Que Deus não existe? Dificilmente! Então qual é o suposto problema?

Eu tenho freqüentemente ouvido populares levantarem esta ordem como uma refutação do argumento moral para a existência de Deus. Mas eles estão obviamente enganados. A afirmação de que Deus não pode ter emitido tal ordem não falsifica ou diminui qualquer das duas premissas no argumento moral que eu defendo:

1.

Se Deus não existe, valores morais objetivos não existem;
2.

Valores morais objetivos existem;
3.

Então, Deus existe.

De fato, à medida que os ateus pensam que Deus fez algo moralmente errado na ordenação do extermínio dos cananitas, eles afirmam a premissa (2). Então, qual é o suposto problema?

O problema, parece-me, é que se Deus não emitiu tal ordem, então a história bíblica deve ser falsa. Qualquer um dos incidentes nunca realmente aconteceu, mas é apenas folclore israelita; ou senão, se elas aconteceram então Israel, cheio de um completo fervor nacionalista, pensando que Deus estivesse do lado dele, afirmou que Deus os comandou para cometer estas atrocidades, quando de fato Ele não os comandou. Em outras palavras, este problema realmente é uma objeção à inerrância bíblica.

De fato, ironicamente, muitos críticos do Antigo Testamento são céticos que os eventos da conquista de Canaã ocorreram. Eles tomam estas histórias como parte da lenda da fundação de Israel, de forma semelhante ao mito de Rômulo e Remo e a fundação de Roma. Para tais críticos o problema das ordenações de Deus desaparece.

Agora vamos colocar esta ordem em uma perspectiva totalmente diferente! A questão da inerrância bíblica é importante, mas não é como a existência de Deus ou a deidade de Cristo! Se os cristãos não podem encontrar uma boa resposta para a questão antes de nós e estão, além disso, convencidos que tal comando é inconsistente com a natureza de Deus, então nós teremos que desistir da inerrância bíblica. Mas nós não devemos deixar um descrente levantar esta questão enganando-se pensando que ele implica mais do que ele realmente faz.

Eu penso que um bom começo para este problema é enunciar nossa teoria ética que fundamenta nossos julgamentos morais. De acordo com a versão do mandamento divino ético que eu defendo, nossas obrigações morais são constituídas pelos mandamentos de um santo e amoroso Deus. Uma vez que Deus não emite ordens a si mesmo, Ele não tem obrigações morais para cumprir. Ele certamente não esta sujeito às mesmas obrigações e proibições a que nós estamos. Por exemplo, eu não tenho nenhum direito de tirar a vida de um inocente. Para mim, fazer isto me tornaria um assassino. Mas Deus não tem tal proibição. Ele pode dar e tirar a vida como Ele decidir. Nós todos reconhecemos isto quando censuramos alguma autoridade que presume tirar vidas como “brincar de Deus”. Autoridades humanas arrogam a si mesmas direitos os quais cabem somente a Deus. Deus não está sob qualquer obrigação para estender minha vida por mais um segundo. Se Ele quiser me desferir a morte agora, esta é Sua prerrogativa.

O que isto implica é que Deus tem o direito de tomar as vidas dos cananitas quando Ele achar melhor. Quanto tempo eles vivem e quando eles morrem é decisão Dele.

Então o problema não é que Deus terminou com a vida dos cananitas. O problema é que Deus mandou os exércitos israelenses acabarem com elas. Não é como mandar alguém cometer assassinato? Não, não é. Antes, uma vez que nossas obrigações morais são determinadas pelos mandamentos de Deus, Ele está mandando fazer algo que, na ausência da ordem divina, poderia ser assassinato. O ato era moralmente obrigatório para os soldados israelitas em virtude do mandamento divino, ainda que, tivessem eles o tratado em sua própria iniciativa, eles estivessem errados.

Na teoria do mandamento divino, então, Deus tem o direito de ordenar uma ação, a qual, ausente de um mandamento divino, seria pecado, mas a qual é moralmente obrigatória em virtude deste mandamento.

Muito bem; mas tal ordem não é contrária à natureza de Deus? Vamos olhar este caso mais de perto. É talvez significativo que a história da destruição de Sodoma por Javé – juntamente com Suas sérias garantias a Abraão que se houvessem tantas quanto até mesmo 10 pessoas retas em Sodoma, a cidade não seria destruída – dá forma a parte do fundo para a conquista de Canaã e ao mandamento de Javé de destruir as cidades lá. A implicação é que os cananitas não são pessoas retas, mas estão sob o julgamento de Deus.

De fato, antes da escravidão no Egito, Deus falou a Abraão,

“Sabes, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos… e a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia.” (Gn. 15:13,16)

Pense nisto! Deus suspende seu julgamento aos cananitas por 400 anos porque sua perversidade ainda não tinha atingido o ponto de intolerabilidade! Este é o Deus que suporta a dor que nós conhecemos das Escrituras hebraicas. Ele até mesmo permite que Seu povo escolhido definhe na escravidão por 4 séculos antes de determinar que o povo cananita esteja pronto para o julgamento e tirar o Seu povo do Egito.

No tempo de sua destruição, a cultura cananita era, de fato, devassa e cruel, abraçando práticas tais como prostituição cultual e até mesmo sacrifício de crianças. Os cananitas estão para ser destruídos “Para que não vos ensinem a fazer conforme a todas as suas abominações, que fizeram a seus deuses, e pequeis contra o SENHOR vosso Deus.” (Dt 20:18). Deus tinha razões moralmente suficientes para Seu julgamento sobre Canaã, e Israel era meramente o instrumento da Sua justiça, da mesma fora que centenas de anos depois Deus usaria as nações pagãs da Assíria e Babilônia para julgar Israel.

Mas tirar a vida de crianças inocentes? A terrível totalidade da destruição foi incontestavelmente à proibição da assimilação de nações pagãs. No ordenamento da destruição completa dos cananitas, o Senhor falou: “Nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos, e não tomarás suas filhas para teus filhos; Pois fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do SENHOR se acenderia contra vós, e depressa vos consumiria.” (Dt 7:3-4). Este mandamento é parte e parcela de toda a estrutura da complexa e característica lei judia de práticas puras e impuras. Para a contemporânea mente ocidental muitas das regras da lei do Antigo Testamento parecem absolutamente bizarras e sem sentido: não misturar linho com lã, não usar os mesmos recipientes para carnes e laticínios, etc. O impulso que sobrepujava estas regras é a proibição de vários tipos de mistura. Linhas claras de distinção são esboçadas: isto e não aquilo. Isto serviu como um tangível e diário lembrete que Israel é um conjunto especial de pessoas separado para Deus.

Eu falei uma vez com um missionário indiano que me contou que a mente oriental tem uma tendência inveterada com respeito à amalgamação (fusão). Ele falou que os Hindus ouvem o evangelho sorrindo e dizem “Sub ehki eh, sahib, sub ehki eh!” (Tudo é Um, sahib, Tudo é Um!). Faz quase o impossível para alcançá-los por causa até mesmo das contradições lógicas incluídas no todo. Ele disse que ele pensa que a razão de que Deus deu a Israel tantas ordens arbitrárias sobre pureza e impureza era para ensiná-los a Lei da Contradição!

Por definição em tal grau forte, severa dicotomia Deus ensinou Israel que qualquer assimilação com a idolatria pagã era intolerável. Era Sua forma de preservar a saúde e posteridade espiritual de Israel. A matança das crianças cananitas não apenas serviu para prevenir uma assimilação da identidade cananita, mas também serviu como uma ilustração tangível e detalhada da separação de Israel como um povo exclusivo de Deus.

Além do mais, se nós acreditarmos, como eu acredito, que a graça de Deus é estendida para aqueles que morreram na infância ou como pequenas crianças, a morte destas crianças era verdadeiramente sua salvação. Nós somos tão apegados à perspectiva naturalista terrena, que nós esquecemos que aqueles que morrem estão felizes por deixar esta terra pela alegria incomparável do paraíso. Então, Deus não faz nada errado ao tomar suas vidas.

Então o que Deus faz de errado ao comandar a destruição dos cananitas? Não os cananitas adultos, porque eles eram corruptos e mereciam o julgamento. Não as crianças, porque eles herdaram a vida eterna. Então quem é o transgressor? Ironicamente, eu penso que a maior dificuldade de todo este debate é o aparente erro que os soldados israelenses fizeram a si mesmos. Você pode imaginar que seria como ter que invadir uma casa e matar uma mulher aterrorizada e seus filhos? O efeito brutal nestes soldados israelenses são perturbadores.

Mas então, novamente, nós estamos pensando de um ponto de vista ocidental cristianizado. Para as pessoas do mundo antigo, a vida já era brutal. Violência e guerra eram fatos da vida na vivência das pessoas no oriente antigo. Evidências deste fato é que as pessoas que contam estas histórias aparentemente não pensam nada do que os soldados israelenses estavam ordenados a fazer (especialmente se estas são lendas da fundação de uma nação). Ninguém estava com peso na consciência pelos soldados terem matado os cananitas; aqueles que o fizeram se tornaram heróis nacionais.

Além do mais, meu ponto acima retorna. Nada podia ilustrar para os israelitas a seriedade de sua chamada como povo escolhido de Deus somente. Javé não estava brincando com eles. Ele estava falando sério, e se Israel apostatasse, a mesma coisa aconteceria com eles. Como C. S. Lewis colocou, “Aslan não é um leão manso”.

Agora, como relacionar tudo isto a Jihad Islâmica? O islamismo vê a violência como um meio para propagar a fé muçulmana. O Islamismo divide o mundo em duas partes: a dar al-Islam (Casa da Submissão) e a dar al-harb (Casa da Guerra). A primeira são aquelas terras as quais têm sido adquiridas em submissão ao Islamismo; a última são aquelas nações que ainda não se submeteram. Assim é como o Islamismo verdadeiramente vê o mundo!

Em contraste, a conquista de Canaã representa o justo julgamento de Deus sobre aquelas pessoas. O propósito não era fazê-los se converterem ao judaísmo! A guerra não foi usado como um instrumento de propagação da fé judaica. Além do mais, o extermínio dos cananitas representou uma circunstância histórica incomum, não uma habitual forma de comportamento.

O problema com o Islamismo, então, não é que ele tem a teoria moral errada; é que ele tem o Deus errado. Se os muçulmanos pensam que nossas obrigações morais são constituídas de mandamentos de Deus, então eu concordo com eles. Mas os muçulmanos e os cristãos diferem radicalmente sobre a natureza de Deus. Os cristãos crêem que Deus é um Deus amoroso, enquanto os muçulmanos acreditam que Deus ama somente os muçulmanos. Alá não tem amor pelos incrédulos e pecadores. Então, eles podem ser mortos indiscriminadamente. Além do mais, no Islamismo, a onipotência de Deus supera tudo, inclusive sua própria natureza. Ele é então absolutamente arbitrário na sua conduta com a humanidade. Em contraste, os cristãos sustentam que a natureza santa e amorosa de Deus determina seus mandamentos.

A questão não é, então, de qual a teoria moral está correta, mas qual é o verdadeiro Deus?

O artigo original em inglês foi publicado por Reasonable Faith.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

As simpatias e o Ano Novo - Feitiçarias Caseiras



"Para passar o ano novo é recomendável usar roupas brancas. Para ter bastante dinheiro usa-se uma nota nova na carteira"

"Para conquistar um amor, coloque numa pequena vasilha algumas gotas de azeite de oliva, folhas de ciprestes e umas gotas de perfume de laranjeira. Misture tudo muito bem e guarde. Toda vez que você sair, passe um pouquinho dessa fórmula sobre as sobrancelhas e, em seguida, leia o Salmo 113, deixando-o aberto sobre a cabeceira da cama".

"Para atrair sorte, faça um saquinho pequeno, com tecido vermelho, que nunca tenha sido usado. Coloque dentro dele um pouco de cera de abelha e feche-o. Carregue sempre na carteira ou no bolso, como patuá".

"Para uma solteira conseguir casamento, conte três palmos de uma fita branca e corte. Amarre este pedaço da fita numa imagem de Santo Antônio. Deve colocar a imagem no quarto e pedir a Santo Antônio que lhe arranje um casamento. Se a mulher solteira for você, a simpatia também pode ser feita. Peça para que sua mãe ou uma amiga fiel faça a simpatia, sem que você veja".

Estas são algumas das milhares de receitas mágicas de domínio popular, as quais muitos recorrem a fim de resolver seus problemas. Seus praticantes as chamam de simpatias e são largamente empregadas pelo povo brasileiro, sendo difundidas como inofensivas tradições folclóricas. Mas... Será que as simpatias são realmente inofensivas? Que poderes envolvem? Que perigos escondem? Quais os reais limites entre a fé e a superstição? O uso de palavras bíblicas santifica esta prática? Há alguma relação entre a simpatia e a bruxaria?

Possuir respostas para estas perguntas é vital. Pessoas que jamais entrariam em um terreiro ou se envolveriam com algum tipo de ocultismo tornam-se ingenuamente (ou não) vítimas das maldições inerentes a este tipo de prática. A inocência não serve de escudo.


Definindo simpatia

O que é mesmo simpatia? O dicionário Aurélio a define, entre outras coisas, como: "ritual posto em prática, ou objeto supersticiosamente usado, para prevenir ou curar uma enfermidade ou mal-estar". Mas esta explicação é muito branda. A significação de um site sobre simpatia é outra bem diferente para esta prática: "Simpatia é a maneira ritual de forçar poderes ocultos a satisfazerem a nossa vontade".
Este conceito é exato e sincero, uma vez que não são as meras palavras, atos, rituais e objetos que vão levar a realização do desejo do praticante da simpatia, mas, sim, os poderes nela invocados. Não são as gotas do azeite, os pingos da vela e/ou o pano vermelho os verdadeiros objetos da fé. Os praticantes, quando usam destas coisas, colocam sua fé em entidades indefinidas ou em algum santo católico, como no caso de Santo Antônio, Santo Expedito e São Jorge, muito comuns em simpatias.
Isso significa que, mesmo sem intenção, ou involuntariamente, procura-se criar algum vínculo com o mundo espiritual e manipulá-lo de forma a atender nossos desejos. A grande questão é: com quem a magia da simpatia lida?


Brincando com o inimigo

Neste mundo pragmático em que vivemos, o que as pessoas geralmente querem saber é: "Funciona?". O mesmo site comenta: "A simpatia tem grande prestígio, dada a psicologia do povo que quer resultados imediatos, sem tratamento e sem trabalho, trazidos pelas escamoteações da mágica. Em suma, o milagre".

Embora a única preocupação do praticante seja ter resultado imediato, ele, porém, não se detém para questionar qual a fonte do poder por trás das simpatias. Claro que a maioria não funciona, e o aparente efeito de algumas não passa de coincidência ou auto-sugestão. Mas quando se trata de um "milagre" real, os envolvidos não questionam o autor do suposto milagre, nem sequer cogitam que estes "poderes ocultos" têm como fonte os espíritos malignos.

A Bíblia relata que quando Moisés foi enviado por Deus ao Egito para falar a faraó acerca da libertação do povo hebreu, lançou sua vara ao chão e Deus a transformou em cobra. Entretanto, os magos egípcios fizeram o mesmo com seu poder (Êx 7.10-12). Os milagres foram iguais, mas a fonte deles era antagônica: Moisés invocava ao Deus verdadeiro, e os outros, cultuavam falsos deuses e espíritos malignos.

Assim, pode-se depreender que desejar milagres e não se preocupar com a "fonte de origem" é abrir a porta para a atuação do diabo. Sobre o poder do diabo em obrar prodígios a Palavra de Deus esclarece: "A vinda desse iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios da mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem. Perecem porque não receberam o amor da verdade para se salvarem" (2Ts 2.9,10; grifo do autor).


Fé e superstição

"De sorte que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus" (Rm 10.17). Logo, a fé bíblica, a fé verdadeiramente cristã, é uma conseqüência de se ouvir e aceitar a Palavra de Deus. A superstição, elemento essencial das simpatias, não tem seu fundamento nas Escrituras Sagradas, se é que possui algum fundamento. As pessoas que se envolvem com simpatias, o fazem pela indicação de outro, e não se preocupam em analisar os poderes ocultos que se escondem por trás das mesmas.

Mesmo o uso de objetos, palavras e atos narrados na Bíblia podem se degenerar em superstição. Embora a Palavra de Deus se utilize desses elementos, tais elementos, no entanto, só têm valor quando baseados na fé. "Tudo o que não é por fé, é pecado" (Rm 14.23).

Temos de fazer distinção entre as narrações bíblicas e os princípios bíblicos. Quando Deus ordenou ao povo de Israel que desse voltas ao redor dos muros de Jericó e tocasse trombetas para que os muros caíssem (Js 6), não estava ensinando com isso um ritual de "como derrubar muros". A Bíblia é explícita ao dizer que "pela fé caíram os muros de Jericó" (Hb 11.30), e não pelo simples fato de serem rodeados. Houve uma ordem específica de Deus e uma obediência em fé correspondente, então Deus operou. A vitória veio de Deus pela fé, e não porque aquele era um ritual mágico.

Da mesma forma, o fato de Jesus ter cuspido na terra, feito lodo, passado nos olhos de um cego e este ter sido curado após lavar-se no tanque de Siloé, não significa que Jesus estava ensinando, com isso, um ritual para curar cegos (Jo 9.11). Aquele foi um milagre produzido pelo poder de Cristo mediante a fé, e não passos a serem seguidos pelos cegos que buscam cura. A Bíblia estava narrando um acontecimento, não ensinando um ritual para curar cegos.

É importante também mencionar a repetição de palavras que geralmente está inserida nas simpatias. Jesus condenou a prática das chamadas "rezas", quando disse: "E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles..." (Mt 6.7,8). Embora no dicionário orações e rezas sejam palavras sinônimas, na prática, porém, as rezas tornaram-se fórmulas mágicas com poder em si mesmas, e não representam nenhuma manifestação de fé, no sentido bíblico.

É bom ratificar que, biblicamente, fé significa confiar (crer) em Deus e em Cristo (Jo 14.1). Os cristãos oram e tomam atitudes confiando nas promessas divinas, e não em meras palavras e atos por si só. Os praticantes da simpatia não agem de acordo com um relacionamento pessoal com Deus ou Jesus.


O nome de Deus em vão

"SALMOS 37 e 38 - Leia os salmos 37 e 38 três vezes ao dia, durante três dias. Após tê-lo feito, publique o texto (salmo) no jornal no quarto dia e veja o que acontece. Faça dois pedidos difíceis e um impossível".

Tem-se popularizado o uso de Salmos, ou mesmo do nome de Jesus, como simpatia para a resolução de problemas. Todos os dias, os jornais trazem uma coluna de agradecimento ou de recomendação de pessoas que aconselham os leitores a usar o "salmo tal" ou a "palavra tal" para resolverem seus problemas e alcançarem alguma coisa.

"Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão" (Êx 20.7). Embora alguns achem que, ao citarem a Bíblia, Deus ou Jesus valida este tipo de atitude, o oposto, no entanto, é que é verdade. As pessoas estão, de fato, querendo manipular a Deus por meio de palavras e ritos, quando a Bíblia ensina que isto é abominável aos seus olhos.

Nós, os cristãos, mais do que ninguém, reconhecemos o poder da Palavra de Deus. Mas este poder só é válido quando tomamos toda a Bíblia como regra de fé e conduta, e não quando extraímos trechos isolados e os usamos com um ritual, ou quando escrevemos um salmo ou outro trecho qualquer das Escrituras e os usamos como talismã. O salmo 91 é Palavra de Deus e, se creio nele e o aplico em minha vida, ele trará resultado. Entretanto, o mero pano ou papel onde ele está impresso não é um talismã para ser colocado atrás da porta para me proteger de espíritos malignos.

Temos de tomar cuidado para que a nossa fé não se deteriore em superstição e idolatria. Em Números 21.4-9, Deus ordenou a Moisés que fizesse uma serpente de bronze e colocasse sobre uma haste. Todos os israelitas que olhassem para ela seriam curados, e assim aconteceu. Todavia, com o passar dos dias, o povo de Israel, ao invés de colocar sua fé no Deus que os curava ao olharem para a serpente de bronze, puseram sua confiança na própria serpente e passaram a adorá-la e a oferecer-lhe incenso. Substituíram Deus por um dos instrumentos que Ele usou para abençoá-los. Por isso o rei Ezequias ordenou sua destruição: "Ele tirou os altos, quebrou as estátuas, deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera; porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso, e lhe chamaram Neustã" (2Rs 18.4; grifo do autor).


Feitiçaria caseira

"A bruxaria está na moda, e é possível encontrar cada vez mais adeptos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte. Suas fileiras exibem advogados, contadores e engenheiros [...] As feiticeiras modernas não gostam de ser chamadas de bruxas. Preferem o termo medieval wicca (pronuncia-se uíca), que deu origem à witch (bruxa em inglês). A palavra vem do alemão arcaico, wic, que significa dobrar, porque a mágica teria função de mudar ou 'dobrar' os acontecimentos". Mas, como diz Eddie Van Feu em seu livro Wicca - Rituais: "A verdade é que wicca é só um termo mais bonitinho para bruxaria".
Os que consideram exagero comparar simpatia e feitiçaria fariam bem em atentar para este assunto. Vejamos os rituais ensinados no mesmo livro sobre wicca:

Para proteger seu lar

"Deixe romãs abertas na janela da casa para trazer paz e harmonia para sua família", ou: "Faça uma cruz com dois pedaços de canela em pau e coloque-a escondida atrás da porta em sua escrivaninha".

Para ter amor

"Guarde uma rosa ou um amor-perfeito dentro de seu livro de poesia ou do seu romance favorito. Tenha-o sempre à cabeceira, pois este é um poderoso talismã".

Perguntamos: qual é, então, na prática, a diferença entre a simpatia e a bruxaria? Ambas se apóiam em rituais, objetos e palavras para alcançar seus objetivos. Ambas utilizam elementos cristãos. Ambas definem apenas vagamente os poderes envolvidos na realização de seus "encantamentos". Em outras palavras, são usados apenas termos diferentes em relação ao mesmo tipo de prática. As forças malignas utilizadas pelos bruxos na História Antiga e Medieval continuam sendo acionadas por meio das chamadas "simpatias". O sincretismo cristão encobriu essa realidade, mas não pode mudar a essência do que realmente envolvem essas práticas.

Os historiadores são unânimes em admitir que o catolicismo português trazido para o Brasil era fortemente influenciado pela bruxaria européia. Como resultado, as mesmas práticas continuam sendo realizadas "camufladamente". Logo, simpatias nada mais são do que bruxarias caseiras efetuadas por pessoas que apenas querem resultados e estão dispostas a fazer qualquer coisa para alcançá-los.


Livrando-se da simpatia

"Andamos por fé, e não por vista" (2Co 5.7). Este é o fundamento da fé evangélica e bíblica. Quando o relacionamento diário com Deus se baseia em objetos, fórmulas, rituais e/ou palavras previamente estabelecidas, então ocorre um afastamento. Não importam quantas "graças" as pessoas digam que alcançaram por este meio, isto não prova que foi Deus quem realizou nada. O Novo Testamento rejeita completamente o uso de tais subterfúgios para se alcançar resposta divina, e o Velho Testamento só o faz quando é orientado por Deus e, mesmo assim, como símbolos espirituais de Cristo.

Não se engane, caro leitor, mexer com simpatia é mexer com o oculto, e todo benefício que resultar disso é aparente. "Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios (receitas de simpatia e magia) [...] Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem. Tudo o que fizer prosperará" (Sl 1.1-3; parênteses do autor).


Notas:

Novo Aurélio - O Dicionário da Língua Portuguesa Século XXI, Ed. Nova Fronteira.

http://www.ifolclore.com.br/simpatias/intro.htm

http://www.ifolclore.com.br/simpatias/intro.htm

Classificados do jornal A tribuna, de Santos, de 22/03/03.

Revista Época, 21 de out. de 2002, p.86.

Eddie Van Feu: carioca que estreou no mercado editorial nacional com a revista Olha à frente!, Ed. Escala, onde assinou muitos outros materiais. Atualmente, edita a Talentos do Mangá e escreve uma bateria de livros de Wicca, além de produzir diversos roteiros para desenhistas de todo o Brasil.

Wicca - Rituais, Eddie Van Feu, Ed. Escala, p. 11.


Por Eguinaldo Hélio de Souza


Fundador e pastor presidente do Ministério Evangélico Esperança em São Vicente/SP, jornalista, poeta, membro da Academia Vicentina de Letras, professor de teologia, colunista do Hoje Jornal (SBC), palestrante nas áreas de escatologia, apologética...

O Êxodo decifrado

domingo, 16 de janeiro de 2011

"Jeová Falso Deus"



Fundador: Provavelmente o fundador desse movimento controvertido e maligno seja o Pr. Olavo Silveira Bueno, um dos supostos autores do livro que dá sustentáculos a seita – O Livro “Jeová Falso Deus?”.

Histórico Doutrinário: Essa ideologia, que coloca o Deus do Velho Testamento como um falso deus, surgiu pela primeira vez no século II d. C., inspirada no gnosticismo e difundida pelo herege Marcião. Marcião foi excluído do rol de membros da Igreja devido suas doutrinas excêntricas. Ele considerava mal o Deus Jeová (Javé ou Yavé), e depois de muitas “reflexões” o considerou um deus fraco, admitia que Jesus Cristo não era filho desse Deus. Formou seu próprio cânon bíblico e mutilou as passagens que não lhe interessava. Assim, Marcião e o Pr. Olavo , com seus conservos, rejeitam o Deus bíblico!

Sobre o Livro: Além de herético, tal livro não informa o autor e o principal suspeito de sua autoria nem possui formação teológica. É esquisitos que uma doutrina polêmica desse nível seja elaborada de maneira “apocrifamente” e seus autores nem possuam caráter para assinar a mesma, isso é uma vergonha! O apologista e Pr. Ezequias Soares, que fez uma abordagem sobre o tal livro, afirma o seguinte: “A obra consiste de uma coletânea de textos bíblicos selecionados e intercalados com observações subjetivas do autor. Os versículos citados simplesmente para consubstanciar, uma doutrina, que à luz da Palavra de Deus é não somente heresia, mas uma afronta ao Deus de Israel. Os textos são ligados de maneira arbitrária, na tentativa de apresentar consistência bíblica... É um extrato de profunda ignorância... Seguindo os princípios do livro, cada pessoa pode fazer o que quiser da bíblia. Não haverá regras de interpretação, os princípios da hermenêutica irão para o espaço e qualquer doutrina poderá ser consubstanciada na Bíblia... O mecanismo usado no livro é extremamente desonesto. (Revista Defesa da Fé, número 8, edição de 1998, Editora ICP)”.

O Conceito do Deus do Velho Testamento: “Este dialogo entre Jeová, Elohim e a serpente revela que não são a mesma pessoa. Assim, temos, de maneira clara, três pessoas distintas...” (Página 84).

Refutação: “Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor”. (Dt. 6:4). Uma das doutrinas elementares do VT era justamente a idéia de um único Deus – Monoteísmo; que colocava Israel em um nível superior em relação às outras demais nações que eram politeístas. A afirmativa do livro supracitada é esdrúxula e sem base.

Biblicamente falando o Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus. Veja o quadro demonstrativo da Trindade:

DEUS PAI

Pai Onipresente, Jr 23.24
Pai Onipotente, Gn 17.1
Pai Onisciente, IPd 1.2
Pai o Criador, Gn 1.1
Pai o Eterno, Rm 16.26
Pai o Santo, Ap 4.8
Pai o Santificador,Jo 10.36

DEUS FILHO

Filho Onipresente,Mt 28.20
Filho Onipotente, Mt 28.18
Filho Onisciente, Jo 21.17
Filho o Criador, Jo 1.3
Filho o Eterno, Ap 22.13
Filho o Santo, At 3.14
Filho o Santificador, Hb 2.11
Filho o Salvador,IITm 1.10

DEUS ESPÍRITO SANTO

E. S. Onipresente, Sl 139.7
E. S. Onipotente, Lc 1.35
E. S. Onisciente, ICo 2.10
E. S. o Criador, Jó 33.4
E. S. o Eterno, Hb 9.14
E. S. o Santo, IJo 2.20
E. S. o Santificador, IPd 1.2
E. S. o Salvador, Tt 3.5

A nomenclatura “Deus” é uma polissemia (nome de mais de um significado). Entretanto, a mesma Bíblia ensina que só há um Deus, e que Deus é um só. A Trindade Bíblica é o Pai, o Filho e o Espírito Santo formando um único Deus (Mt 28.19, I Co 12.4-6, II Co 13.13, Ef 4.4-6). A Bíblia afirma que só Jeová é Deus (I Rs 18.39). A palavra hebraica Elohim que se encontra em Gn 1.1, 16,26 e em muitos outros é a forma plural de Eloah. Muitos têm alegado que essa palavra expressa apenas um plural majestático, mas não há um consenso entre os estudiosos e mesmo entre os rabinos judaicos, pois eles não entendendo perfeitamente essa palavra e tentando preservar o monoteísmo judaico, deram o nome de plural de majestade, entretanto um dos maiores rabinos de Israel, Shimeon Ben Joachi pronunciou a respeito dessa palavra o seguinte: “Observai o mistério da palavra Eloim;encerra três graus,três partes;cada uma destas partes é distinta,e é uma por si mesma,e não obstante são inseparáveis uma da outra;estão unidas juntamente e formam um só todo ” Essa pluralidade na palavra Eloim revela a grande doutrina da Trindade e isso à luz do contexto bíblico. Afirmar que Eloim é uma pessoa e Jeová outra é simplesmente pueril sem nenhum fundamento contextual bíblico!

Afirmam Que O Deus Do VT É Mentiroso: “Ora, se Jeová faz exatamente o contrário da Lei que se estabeleceu é mentiroso, e talvez a referência que Jesus faz aos pai da mentira sirva-lhe muito bem... Duas coisas de Jeová se encaixam nesta palavra de Jesus: Ele matava inocentes impiedosamente e falava uma verdade, mas fazia o contrário” (Página 172).

Refutação: A problemática dessa afirmativa é muito séria, pois se o Jeová do VT possui as qualificações citadas pelo autor do livro, Jesus também as possui, pois ambos são a mesma pessoa.

Vejam o que nos informa a Revista Defesa da Fé número 8:

“Quem é este Rei da glória? O Senhor (Jeová) dos Exércitos; ele é o Rei da Glória” (Salmos 24.10). Este salmo transcende um marco nacional. E um salmo profético e fala do retorno de Cristo à sua glória, na sua ascensão. É o cântico dos anjos e a festa de recepção do Filho de Deus, pois voltou vitorioso ao céu. O apóstolo Paulo diz: “A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu, porque se conhecessem, nunca crucificariam o Senhor da Glória” (1 Coríntios 2.8). A expressão: “Levantai, ó portas as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o rei da glória” (Salmos 24.7) diz respeito às portas do céu que se abriram para receber o Rei dos reis, e se cumpriu em Atos 1.9-11. O profeta Isaías viu a glória de Deus e nesta visão viu os serafins que “clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos: toda a terra está cheia da sua glória” ... (Isaías 6.3). Toda a terra está cheia da glória de quem? O próprio texto diz que está cheia da glória de Jeová dos Exércitos, ou Javé dos Exércitos; no entanto o Novo Testa¬mento diz que esta glória é de Jesus. O apóstolo João citou essa passagem atribuindo essa glória a Jesus. Diz o texto: “Cegou-lhes os olhos, endureceu-lhes o coração, a fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, e se convertam, e eu os cure. Isaías disse isto quando viu a sua glória e falou dele” (João 12.40-41). O texto do versículo 40 é uma citação de Isaías 6.10, e o versículo 41 é de Isaías 6.3. Assim, a Bíblia ensina que Jesus é o Deus dos Exércitos. No discurso profético de Jeremias sobre a vinda do Messias, o Renovo de Davi, ele apresenta este Messias como Jeová, nos seguintes termos: “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um renovo justo; e sendo rei, reinará e prosperará, e pra¬ticará o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro: e este será o seu nome que nomearão: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA (JAVÉ TSIDKENU)” (Jeremias 23.5-6). Os profetas Isaías e Malaquias profetizaram que João Batista seria aquele que viria ante a face de JEOVÁ (Isa¬ias 40.3; Malaquias 3.1). Estas palavras foram lembradas por Zacarias. A Bíblia nos diz que este “foi cheio do Espírito Santo” (Lucas 1.67) e disse: “E tu, ó menino (João), serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás de vir ante a face do Senhor (JEOVÁ), e preparar os seus caminhos, para dar ao povo conhecimento da salvação, na remissão dos seus pecados” (Lucas 1.76.77). Quem é esse JEOVÁ, de quem João Batista foi o precursor? O próprio João diz que é Jesus: “Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: Eu não sou o Cristo. mas enviado adiante dele. João 3.281”. O profeta Ezequiel chama o Messias de JEOVÁ, Deus de Israel: E disse-me o Senhor: Esta porta estará fecha¬da, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o Senhor Deus de Israel entrou por ela: por isso estará fecha¬da” (Ezequiel 44.2). Esta profecia começou a se cumprir quando Jesus entrou em Jerusalém. Montado num jumento, ele caminhou na direção monte das Oliveiras - centro da cidade, e passou pela porta oriental (Neemias 3.29), atualmente a Porta Dourada, a única porta que dá acesso direto ao pátio do templo. Esta porta, que fica no lado oriental de Jerusalém, foi lacrada no ano de 1.542 por ordem do sultão Suleiman II, o Magnífico, e permanece fechada até ao dia de hoje. “Esta porta estará fechada, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o Senhor Deus de Israel entrou por ela: por isso estará fechada”. Quem é este JEOVÁ, Deus de Israel, que entrou por esta porta? E Jesus, o profeta de Nazaré. Dizer que Jesus chamava Jeová de pai da mentira em João 8.44 é simples¬mente absurdo e sobretudo blasfêmia, pois o próprio Jesus é o Deus – Jeová”.

Jeová Não Seria Deus, Pois se Arrepende: “... falava uma verdade, mas fazia o contrário...” (Página 172).

Refutação: Gênesis 6.5 fala da tristeza de Deus quanto à má índole do homem. É uma figura de linguagem chamada antropopática para facilitar o entendimento humano. O que o texto está indicando é que Deus se contristou pela desobediência do homem, e não que Ele, o Senhor, tivesse se arrependido de sua criação, ou, então, que houvesse cometido algum erro. Em Números 23.19, vemos que a palavra de Deus é fiel e, ao contrário da dos homens, se cumpre. Numa terceira passagem, Jeremias 18.7-10, lemos: "se a tal nação... se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe". Não se trata, obviamente, do caso de Deus se arrepender de algum erro que tenha cometido, mas da supressão do castigo anunciado por Ele. Deus não erra, logo, seu "arrependimento" não é como o nosso. O soberano e imutável Deus sabe lidar apropriadamente com as mudanças no comportamento humano. Quando os homens pecam e se arrependem de seus pecados, Deus "muda seu pensamento". O Senhor abençoa ou puni o homem, ou, se for o caso, uma nação inteira, de acordo com a nova situação (Êx 32.12,14; ISm 15.11; II Sm 24.16; Jr 18.11; Am 7.3-6).

Afirmam que Jeová Permitia que se Adorasse a Satanás: “Certamente a serpente, ou Satanás era adorada com permissão de Jeová” (Estudo extraído do site da ABIP, A Serpente).

Refutação: Essa afirmativa foi feita dentro do comentário do texto do livro de Número capítulo 21. A serpente de bronze não era um ídolo ou um objeto para culto. O objetivo para a sua confecção era ensinar submissão ao povo de Israel. Precisamos compreender o pano de fundo da ocasião. Embora os israelitas tivessem saído do Egito, se mostravam rebeldes para com Moisés e o Senhor Deus. Diante dessa atitude, Deus envia serpentes venenosas para afligir o povo de Israel. Essas serpentes eram ardentes. O Senhor, portanto, ordena fazer uma serpente semelhante de cobre, que deveria ser pendurada numa haste. Todo aquele que fosse picado pela serpente ardente e olhasse para a serpente de cobre seria imediatamente curado (Nm 21.4-9). Os israelitas precisavam entender que a obediência a Deus significava vida, e que o mesmo Senhor que sustentava a vida poderia puni-los conforme a gravidade de seu erro. Em nenhum momento encontramos que os israelitas deveriam cultuar ou exercer fé naquele objeto para que pudessem alcançar a cura. Era evidente a intenção de Deus: a praga e o remédio eram semelhantes em sua origem, ambos foram ordenados por Deus por causa da desobediência do povo. A serpente de bronze não deveria ser usada como um amuleto, mas, sim, ter a sua origem reconhecida. Além disso, nem todas as figuras são ídolos. Encontramos inúmeras figuras no Tabernáculo e no Templo que jamais foram usadas como amuletos ou ídolos. Posteriormente, o povo israelita passou a idolatrar a serpente de bronze, mas isso não ficou impune. Lemos em 2 Rs 18.4 ele (Ezequias) tirou os altos, quebrou as estátuas, deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera; porquanto até aquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso, e lhe chamaram Neustã. A palavra Neustã significa pedaço de bronze. Não encontramos nas Escrituras Sagradas nenhum apoio a quaisquer meios supersticiosos ou idólatras.

Dizem que Jeová Era Trevas e Não Teve Poder Para Dar a Luz Salvífica Para o Povo de Israel: “Jeová Deus teve poder para dar luz material ao seu povo, mas não teve poder para dar luz espiritual...” (Estudo extraído do site da ABIP, As Trevas).

Refutação: É impressionante a obtusidade desses senhores; a discrepância com a verdade e como agem deslealmente. Ora, Deus em todos os tempos procurou se comunicar e se relacionar com sua criatura. Desde o dia da queda, o Senhor vaticinou a salvação do homem – “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a [cabeça], e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn. 3:15). Argumentar que o Deus do Velho Testamento não teve poder para salvar os Judeus é desconhecer o mais sublime texto bíblico que nos afirma: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16). QUEM ENVIOU JESUS FOI O DEUS DO VELHO TESTAMENTO PARA NOS TRAZER GRAÇA E SALVAÇÃO.

Para esclarecer melhor sobre o assunto, extraímos, da Bíblia Apologética (Editora ICP), um breve estudo sobre a salvação:

“A salvação é descrita na Bíblia como o caminho, ou a estrada da vida, para a comunhão eterna com Deus no céu (Mt 7.14; Mc 12.14; Jo 14.6; At 9.2; 16.17; Hb 10.20; 2 Pe 2.21). Esta estrada deve ser percorrida até o fim. A salvação pode ser descrita como um caminho, tendo dois lados e três etapas: O único caminho da salvação. Cristo é o único caminho para ir ao Pai – o Deus do VT (Jo 14.6; At 4.12). A salvação nos é concedida mediante a graça de Deus, manifesta em Cristo Jesus (Jo 3.24). Jesus Cristo é a intercessão pelos salvos (Hb 7.25). Os dois lados da salvação. A salvação é recebida de graça, mediante a fé em Cristo (Rm 3.22,24,25,28). É o resultado da graça de Deus (Jo 1.16) e da resposta humana da fé (At 16.31; Rm 1.17; Ef 1.15; 2.8). As três etapas da salvação: a) A etapa passada inclui a experiência pessoal mediante a qual nós, como crentes, recebemos o perdão dos pecados (At 10.43; Rm 4.6-8) e passamos da morte espiritual para a vida espiritual ( 1 Jo 3.14); do poder do pecado para o poder do Senhor (6.17-23), do domínio de Satanás para o domínio de Deus (At 26.18). A salvação nos leva a um novo relacionamento pessoal com Deus (Jo 1.12) e nos livra da condenação do pecado ( 1.16; 6.23; 1 Co 1.18). b) A etapa presente nos livra do hábito e do domínio do pecado e nos enche do Espírito Santo. Ela abrange: o privilégio de um relacionamento pessoal com Deus como nosso Pai e com Jesus como nosso Senhor e Salvador (Mt 6.9; Jo 14.18-23), a conclamação para nos considerarmos mortos para o pecado (6.1-114) e para nos submetermos à direção do Espírito Santo (8.1-16) e à Palavra de Deus (Jo 8..31; 14.21; 2 Tm 3.15,16), o convite para sermos cheios do Espírito Santo e a ordem de continuarmos cheios (At 2.33-39; Ef 5.18), a exigência para nos separarmos do pecado e da presente geração perversa (At 2.40; 2 Co 6.17) e a chamada para travar uma batalha constante em prol do reino de Deus contra Satanás e suas hostes demoníacas (2 Co 1.5; Ef 6.11,16; 1 Pe 5.8).c) A etapa futura (Rm 13.11-12; 1 Ts 5.8-9; 1 Pe 1.5) abrange: nosso livramento da ira vindoura de Deus (Rm 5.9; I Co 3.15; 5.5; I Ts 1.10; 5.9) ,nossa participação na glória divina ( Rm 8.29, II Ts 2.13-14) e os galardões que receberemos como vencedores fiéis (Ap2.7)”. (Bíblia Apologética).

Jeová Seria um Deus Assassino, Pois Mandou Matar: “Voltando atrás (No seu mandamento – Não Matarás), quando Jeová fez a terra abrir a boca para tragar vivos Coré, Datã e Abirão, com suas mulheres, filhos e crianças (Nm. 16:17). Após a injusta morte das mulheres, filhos e criancinhas, saiu fogo de Jeová e consumiu os 250 homens, todos maiorais da congregação e varões de nome (Nm. 16:2, 35)! É preciso ressaltar que os filhos de Coré não morreram conforme Nm. 26:9-11. Este fato revela, uma discriminação de Jeová, pois Coré foi o cabeça da rebelião e Datã e Abirão pereceram com seus filhos e mulheres..” (Estudo extraído do site da ABIP – “Não Matarás”).

Refutação: A Lei de Deus dada a Moisés não cometia excessos. Em princípio, se não analisarmos de perto as questões envolvidas, parece que o mandamento é cruel. Lemos em Êxodo 21.23-25: Mas se houver morte, então darás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe. Essa lei é conhecida também como pena de talião, ou retaliação, expressão procedente do latim lex talionis. Quando alguém feria seu próximo de forma grave, a retaliação deveria ser equivalente: olho por olho, dente por dente. Contudo, perguntamos: Era a lei mecânica, automática? A lei incentivava a violência, a vingança crua? Não! Em Deuteronômio 19.16-21 encontramos informações que exigem eqüidade nos casos: Quando se levantar testemunha falsa contra alguém, para testificar contra ele acerca de transgressão, então aqueles dois homens, que tiverem a demanda, se apresentarão perante o Senhor, diante dos sacerdotes e dos juízes que houver naqueles dias. E os juízes inquirirão bem; e eis que, sendo a testemunha falsa, que testificou falsamente contra seu irmão, far-lhe-eis como cuidou fazer a seu irmão; e assim tirarás o mal do meio de ti. Nesta passagem, veremos que os sacerdotes e os juízes deveriam inquirir as testemunhas sobre os muitos detalhes da acusação para que chegassem a um veredicto. A lei fazia distinção entre delito culposo e doloso. Ou seja, se o delito cometido acarretasse em morte e o culpado não tivesse a intenção de matar e/ou simplesmente não pôde evitar o acontecimento, a pessoa era poupada (Êx 35.11-25). Até mesmo o homicida intencional tinha o direito de ser ouvido, com testemunhas (Nm 35.30). Por outro lado, devemos perguntar: que critério alguém deveria usar para vingar os maus-tratos de um adversário? Se um olho fosse arrancado, contentaria o vingador em arrancar apenas um olho da outra pessoa ou excederia, talvez, causando a morte do adversário? Quantas vezes lemos nos jornais que, por motivos banais, alguém se vinga matando seu ofensor? O que aprendemos então sobre a Lei? Que a Lei de Deus limitava a vingança ao dano causado. A Lei não permitia que um dano fosse retaliado por outro maior. Realmente, a Lei corrigia e limitava o ódio no coração humano, servia como um moderador dos excessos. A Lei não exigia que o dano fosse retaliado na mesma proporção (pois o perdão era o alvo), mas até o limite da proporção. A Lei também demonstrava a gravidade de se praticar o mal contra o próximo. Esta mesma Lei apontava para Cristo, o único que pagou integralmente todos os pecados daqueles que nele exercem fé. Seu sacrifício perfeito nos reconciliou com Deus (Rm 5.8-12). A Lei trouxe à luz o pecado (Rm 5.20), mas a justiça de Deus se manifestou através de Cristo Jesus (Rm 3.21-22). (ICP Responde).

Conclusão: Apesar de ainda termos muito que falarmos sobre esta seita satânica e diabólica, resolvemos publicar este breve estudo devido a grande necessidade que percebemos haver sobre as questões acima. Em breve acrescentaremos novos tópicos a esse estudo, já possuímos em nossas mãos mais de 150 estudos extraídos do site da seita. Assim que pudermos, iremos refutar a todos.


Bibliografia e obras compiladas:
- Revista Defesa da Fé, número 8.
- Bíblia Apologética – Editora ICP.
- ICP Responde.
- Anotações Particulares do Autor.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Estariam as Testemunhas de Jeová aptas para nos ensinar a Bíblia?



Pastor Natanael Rinaldi

1. Caminhando pelo canal 4, em Santos, quando regressava de um trabalho de distribuição de folhetos de porta em porta, bati os olhos numa revista que fora deixada à beira do referido canal. Curioso, peguei a revista. Tratava-se da revista DESPERTAI!” publicada pela Sociedade Torre de Vigia. Na primeira página aparecia uma Bíblia aberta com a seguinte pergunta: A BÍBLIA Qual É A SUA MENSAGEM? Passei ler algumas páginas e logo, na página 3, outras perguntas: “POR QUE EXAMINAR A BIBLIA”? VOCÊ CONHECE A BÍBLIA? Essa obra sem igual é, de longe, o livro de maior circulação da História. Pessoas de todas as culturas reconhecem que sua mensagem é fonte de consolo e esperança e que seus conselhos são práticos para a vida diária. No entanto, muitos hoje sabem pouco a respeito da Bíblia. Seja você religioso ou não, talvez queira saber mais sobre ela.”.

PR. NATANAEL: Estariam as Testemunhas de Jeová (tejotas) aptas para nos ensinar mais sobre a Bíblia?

Pessoalmente respondo que não. Na verdade, qualquer pessoa que se ilude com esse convite para saber mais sobre a Bíblia com elas, não vai conhecer mesmo a Bíblia. Há um manual de estudos que indica apenas referências bíblicas no rodapé e a pessoa, que supostamente pensa estar estudando a Bíblia, está, na verdade, estudando as estranhas doutrinas delas e apenas buscando as referências que pensam estar apoiando tais ensinos. . E escrevem, “a Bíblia não pode ser devidamente entendida sem se ter presente a organização visível de Jeová.”(A SENTINELA de 1º. de julho de 1968, p. 327). Entretanto, confessam: “Ocasionalmente as explicações dadas pela organização visível de Jeová tem indicado ajustes que aparentemente voltam a pontos de vista anteriores.” (A SENTINELA – 1º. de agosto de 1982 - 27). Isso não demonstra insegurança? Não seria como navegar em zique zague sem segurança de se chegar aonde se pretende?

2. Naturalmente, o irmão deve ter pesquisado a revista em tela. Encontrou algum ensino que julga estar sem apoio bíblico?

Sim. Fora outros ensinos que julgamos sem apoio bíblico nas demais páginas da revista DESPERTAI! encontramos, na página 3, a seguinte declaração que julgamos estar sem apoio bíblico.

“Para entender a Bíblia, porém, algo mais é necessário. As Escrituras têm um tema geral: a vindicação do direito de Deus governar a humanidade por meio de seu Reino celestial.”

3. Afinal, qual o propósito principal que trouxe Jesus veio ao mundo: vindicar o direito de Deus governar a humanidade por meio do seu reino celestial ou veio para salvar a humanidade pela sua morte na cruz?

Deixemos que a Bíblia responda. Escreveu o apóstolo Paulo: (I Timóteo 1:15) – “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. (I Timóteo 1:16) - Mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna.”.

Contrariando esse ensino claro da Bíblia sobre o propósito principal da vinda de Jesus ao mundo para salvar o homem do pecado e da condenação do pecado, as tejotas persistem no mesmo erro dizendo:

“O próprio destino de Jesus de ser o Messias ou Cristo prova que o seu propósito principal ou primário de vir à terra não foi para resgatar e salvar o gênero humano. Tal ‘salvação’ de criaturas humanas, ainda que importante aos homens que buscam a vida eterna, é apenas secundário no propósito elevado de Deus. É o propósito de Jeová estabelecer um govêrno justo, um govêrno Teocrático, sobre os ombros de seu Filho fiel e por meio desse govêrno vindicar o seu nome perante tôdas as criaturas viventes do universo.”(“A Verdade Vos Tornará Livres”, p. 254, STV).

4. Indicaram as tejotas algum ano específico no qual Jesus tivesse estabelecido o seu reino no ceu?

Sim. Escreveram o seguinte: “Quando o reino de Deus começou em 1914, o Diabo ficou muito irado. – A matéria para leitura, publicada pelas Testemunhas, era diferente de todas as outras religiões. Por quê? Porque as Testemunhas diziam que o ano de 1914 seria de importância mundial. ... Dentre todas as pessoas, apenas as Testemunhas apontavam para 1914 como o ano em que o reino de Deus seria plenamente estabelecido no céu.”(Do Paraíso Perdido ao Paraíso Recuperado, p. 170-174, STV)

5. E tal declaração que o reino de Deus foi estabelecido no ceu em 1914 encontra apoio na Bíblia?

É só abrir o livro de Apocalipse 3.21 para verificarmos que a entronização de Cristo no céu ocorreu logo após a sua ascensão e não em 1914. “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono.” Diz o texto claramente que Jesus assumiu o seu reino logo após sua ascensão e não em 1914. Paulo confirma o tempo quando Jesus assentou-se no trono celestial: “Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro. E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja.” (Ef 1.20-22). Pior do que isso, é que até 1943 as tejotas ensinavam que Jesus havia sido entronizado no ceu em 1874. Leiamos o que escreveram: “É verdade que o redator e editor da Torre de Vigia de Sião e Araújo da Presença de Cristo calculou que a “presença” ou parusia do Noivo celestial tivesse começado no ao 1874 E. C.”. (Aproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos, p.206) E então publicam essas revistas pensando que ninguém conhece sua história: “as nações verão o cumprimento daquilo que estas testemunhas dizem segundo são orientadas desde o ceu.” (A SENTINELA – 1 de outubro de 1972, p. 584). Na verdade Jesus hoje reina no coração dos que o recebem como Salvador e Senhor e são salvos conforme o seu propósito de ter vindo a terra buscar e salvar o que se havia perdido: (João 5:24) – “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.”