O mormonismo é cristão?
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias surgiu em 1820, de uma suposta visão na qual dois seres celestiais apareceram a Joseph Smith, declarando que todas as igrejas existentes estavam erradas, todos os seus credos e todos que as professam são corruptos. De acordo com esses personagens, Smith fora escolhido para restaurar — não reformar — a igreja que havia desaparecido da face da Terra. As doutrinas mórmons, que se desenvolveram dessa visão, comprometem, confundem ou contradizem a natureza de Deus, a autoridade das Escrituras e o caminho da salvação.
Primeiro, embora os cristãos acreditem que Deus é Espírito (João 4.24), Joseph Smith ensinou: “O próprio Deus já foi como nós somos agora, e é um homem que foi exaltado, e está entronizado nos céus!” O mormonismo também defende uma pluralidade de deuses e afirma que “como o homem é, assim Deus era; como Deus é, o homem pode se tornar”. Adicionalmente, os santos dos últimos dias comprometem a natureza do Deus-Homem, Jesus Cristo. No Cristianismo, Jesus é o Criador autoexistente de todas as coisas (Colossenses 1.15-20). No mormonismo, Ele é o espírito irmão de Lúcifer, que foi concebido no céu por uma mãe celestial e veio em carne como resultado da relação sexual do Pai com Maria.
Desvios doutrinários impedem o mormonismo de ser considerado cristão.
Além disso, em nítida distinção da teologia cristã ortodoxa, os mórmons não acreditam que a Bíblia seja a infalível revelação da redenção (2Timóteo 3.16). Na visão deles, o Livro de Mórmon é “o livro mais correto do que qualquer outro na Terra e a pedra fundamental de nossa religião”. Duas revelações posteriores completam o quadrângulo mórmon: Doutrina e Convênios e A Pérola de Grande Valor. Doutrina e Convênios é uma compilação de revelações divinas que incluem a doutrina da poligamia. Só quando recebeu ameaças do governo federal é que o presidente mórmon Wilford Woodruff recebeu uma revelação deixando a poligamia para a vida após a morte. A Pérola de Grande Valor não é menos confusa; essa revelação ex-trabíblica foi usada pelo mormonismo para impedir que afro-americanos ingressassem no sacerdócio e fossem exaltados à divindade.
Finalmente, enquanto os cristãos creem que ficarão diante de Deus usando vestes de justiça (Romanos 3.21-22; Filipenses 3.9), os mórmons afirmam que aparecerão diante do Pai celestial vestindo aventais de folhas de figueira e segurando boas obras em suas mãos. De acordo com os santos dos últimos dias, quase todos estão qualificados para o céu. Assassinos, adúlteros e as pessoas mais vis da face da Terra irão para o reino telestial; mórmons indiferentes, pessoas religiosas e aqueles que aceitam o evangelho mórmom no mundo espiritual, entram no reino terrestre; e os mórmons fieis vão para o reino celestial. No entanto, somente aqueles que são selados em rituais secretos no templo é que vão para o terceiro nível do reino celestial e tornam-se deuses de seus próprios planetas. Esses e muitos outros desvios doutrinários impedem o mormonismo de ser considerado cristão.
”Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibas, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá” (Isaías 43.10).
Pr. Hank Hanegraaff
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