sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ciência Cristã


Por Adonias Monteiro

A igreja brasileira tem vivenciado um período como nunca antes viveu, onde tem surgido muitas doutrinas e visões distorcidas da palavra do Senhor, porém eu não me assusto pois a Bíblia já dizia em 1 Timóteo 4:1 Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, é o que temos visto hoje cada vez mais grupos e conceitos aparecendo tirando o povo do caminho da verdade. Estarei nesta matéria falando sobre um grupo que tem tido um grande crescimento, “A Ciência Crista”, um grupo que tem uma visão de Deus completamente destorcida e um dos seu princípios “teológicos” é a negação da dor e do sofrimento, idéias essas que tem sido tomadas pelo movimento da fé, onde as pessoas não podem declarar que estão doentes. Vejamos.
História

Em grande parte, a história da Ciência Cristã é a de sua fundadora, Mary Baker Eddy (1821 – 1910). Ela cresceu numa igreja Congregacional, na cidade de Bow, em New Hampshire. Em 1838, aos 17 anos de idade, uniu-se a outra igreja de sua denominação em Tilton, New Hampshire, mas nunca pareceu satisfeita com sua doutrina.
Durante toda sua vida, Mary sempre esteve muito enferma, inclusive na infância. Em 1843, ela se casou com George Glover. O casamento foi feliz, embora durasse pouco, pois terminou um ano e meio depois, com a morte de seu esposo, ela estava grávida e seu filho nasceu em setembro de 1844. Com seu estado de saúde cada vez pior, Mary tornou-se profundamente interessada pelo estudo da medicina.
Mary casou-se pela segunda vez em 1853, com um dentista chamado Daniel Patterson. Este matrimônio não foi tão feliz como o primeiro. Aparentemente, seu marido envolvia-se com muitas mulheres; em 1866, separaram-se e, em 1873, finalmente divorciaram-se.
O interesse pela medicina levou-a, em 1862, ao Dr, Phineas Parkhurst Quimby (1802-1866). Mary submeteu-se aos seus cuidados e ele a conduziu a um tratamento, a fim de libertá-la de uma “inflamação na espinha”. Logo depois ela afirmou que estava completamente curada.Anteriormente, Quimby fora um estudioso de mesmerismo e magnetismo e defendia a teoria da cura mental, a qual ele chamava de “A Ciência do homem”.Muitos estudiosos e historiadores acreditam que a obra de Quimby serviu como base para muito do material que posteriormente Mary Eddy reuniu em sua obra “Ciência e Saúde”.


Ensinos. De acordo co o Manual da Igreja, da Ciência Cristã, toda a base para a existência da igreja é “restabelecer o cristianismo primitivo e seu elemento de cura, que se havia perdido”. O conceito dualista grego, de que a matéria é má, é básico no pensamento de Eddy. O Mundo material é ilusório. A mente é a única realidade. Não há vida,verdade, inteligência e nem mesmo substância na matéria. Tudo é a mente infinita e sua manifestação infinita, pois Deus é Tudo-em tudo. O espírito é a verdade imortal; a matéria é o erro mortal. O espírito é real e eterno; a materia é irreal e temporal.

Ensinos Confrontados com a Bíblia

A Ciência Cristã não é nem cristã nem é ciência. Se seus ensinos fossem cristãos, deveriam se ajustar àquilo que os cristãos crêem com apoio bíblico. Entretanto, vamos notar que a maioria dos seus ensinos diverge frontalmente dos ensinos cristãos.

1. Bíblia
Alega a Ciência Cristã que seus ensinos estão alicerçados na Bíblia e, por conseguinte, ela pode ser aceita como cristã. Declara: "Poder-se-á negar que tenha autoridade bíblica um sistema que age em conformidade com as Escrituras?"
(CS, p. 342).

Entretanto, pesquisando o livro base - -Ciência e Saúde - encontramos que a escritora declara ter encontrado contradições na Bíblia. Ela afirma com relação ao relato da criação em Gn 1 e 2. "A Ciência do primeiro relato prova a fEscreveu ela ainda: "Onde quer que uma Igreja da Ciência Cristã seja estabelecida, o seu Pastor é a Bíblia e o meu Livro" (Misc. Writings, p. 383). O livro tem três divisões; a) Os ensinos; b) Chave das Escrituras; c) As -Curas. A sua declaração é a característica de seitas que buscam na -Bíblia apoio para os seus ensinos e logo depois abandonam a Bíblia sob falsas alegações. Está escrito: "Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro". Como vemos o acréscimo às Escrituras é condenado (Ap 22.18).

2. Deus
O Deus da Ciência Cristã não é um ser pessoal. Dizem: "Deus é o Princípio da metafísica divina" (p.112).

"Deus é Tudo em tudo."

Deus é o bem. O bem é a Mente.

Deus, o Espírito, sendo tudo, a matéria nada é.

"A Vida, Deus, o bem onipotente, nega a morte,
o mal, o pecado, a doença" (idem, p. 113).

Refutação Bíblica
A Bíblia afirma que Deus é uma pessoa espiritual. Longe de indicar que Deus é um princípio, a Bíblia declara: Deus é uma pessoa espiritual. Afirma o escritor do livro de Hebreus: "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, o qual sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa..." (Hb 1.1,3). O texto mostra que Jesus é a expressa imagem de seu Pai. Sendo Jesus uma pessoa, e sendo a expressa imagem do Pai, é óbvio que o Pai é também uma pessoa. Filipe, um discípulo de Jesus, pediu-lhe: "Senhor, mostra-nos o Pai". Jesus respondeu: "Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras" (Jo 14.8-10). Além disso, lemos de atributos pessoais de Deus como segue:

Deus ama - "... Deus é amor" (1 Jo 4.8);

Deus é misericordioso - "Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou" (Ef 2.4).

Deus é piedoso - "Jeová, o Senhor, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade" (Êx 34.6).

Deus fala e se identifica a Moisés como uma pessoa - "E o Senhor desceu numa nuvem, e se pôs ali junto a ele; e ele apregoou o nome do Senhor. Passando, pois, o Senhor perante a sua face, clamou: Jeová, o Senhor, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade" (Êx 34.5-6).

3. Jesus
O ensino da Ciência e Saúde sobre Jesus envolve vários aspectos da pessoa Dele.

a) Nega a humanidade de Jesus
"A virgem-mãe concebeu essa idéia de Deus, e deu a seu ideal o nome Jesus - isto é, Josué, ou Salvador" (idem, 29). "O Cristo, como idéia espiritual ou verdadeira de Deus, vem hoje, como outrora, pregando o Evangelho aos pobres, curando os doentes e expulsando males" (idem, 347).

Refutação Bíblica
Incrível esse ensino de que a Virgem Maria nunca tivesse concebido o corpo de Jesus e que ela deu à luz a uma idéia e essa idéia chamava-se Jesus. Conforme a Bíblia, o anjo Gabriel anunciou a Maria: "Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus" (Lc 1.35). Essa criança tinha um crescimento normal: "E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens" (Lc 2.52). Logo, a Ciência Cristã está errada ao afirmar que Jesus era incorpóreo, pois Jesus tinha corporeidade. Se assim não fosse, por que Paulo declara de Jesus: "Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade" (Cl 2.9).

b) Jesus e o Cristo - duas pessoas
"Esse Cristo, ou divindade do homem Jesus, era sua natureza divina, a santidade que o animava" (CS, p. 26).

"O Cristo morou eternamente como idéia no seio de Deus, o Princípio divino do homem Jesus, e a mulher percebeu essa idéia espiritual, se bem que de começo fracamente desenvolvida" (idem, p. 29).

"O Cristo eterno, seu eu espiritual, jamais sofreu" (idem, p.38).
"Na época em que Jesus sentiu nossas fraquezas, porém, Ele ainda não havia superado todas as crenças da carne ou seu sentido de vida material, nem se havia elevado à sua demonstração final do poder espiritual" (idem, p. 53).

Refutação Bíblica
Como vemos, Cristo não passava de uma idéia impessoal que habitou temporariamente em Jesus, um ideal, algo invisível, incorpóreo. A Bíblia diz que Jesus nasceu o Cristo: "Pois na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lc 2.11). "Então, uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam, dizendo: Profetiza-nos, ó Cristo, quem é que te bateu? (Mt 26.67-68). Os membros do Sinédrio sabiam que Cristo estava diante deles de modo visível e corporal. Pedro declara: "Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro..." ( 1 Pe 2.24; 3.18).

A Bíblia declara que Jesus tinha um corpo: "Por isso, ao entrar no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste; antes, um corpo me formaste" (Hb 10.5). A Bíblia responde aos que negam que Jesus tivesse um corpo humano real, que Ele nasceu; que cresceu; que Ele comeu e bebeu; que Ele chorou; que Ele sofreu agonia e suou gotas de sangue. Foi crucificado e furado pela lança romana. Do seu lado saiu sangue e água. Hoje retém seu corpo humano glorificado no céu (Fp 3.21).

c) Nega a eficácia da morte de Jesus na Cruz
"Um só sacrifício, por maior que seja, é insuficiente para pagar a dívida do pecado" (idem, p. 23).

"Acaso a teologia erudita considera a crucificação de Jesus principalmente como um meio de conceder perdão fácil a todos os pecadores que o peçam e estejam dispostos a ser perdoados?" (idem p. 24)

Refutação Bíblica
A Bíblia mostra que a nossa redenção está baseada na morte de Cristo e o sangue de Cristo é apontado como meio de purificação de nossos pecados. "Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça" (Efésios 1.7).

A Matéria e o Homem Não Existem
"... a matéria parece existir, mas não existe" (CS 123).

"O homem não é matéria; não é constituído de cérebro, sangue, ossos e de outros elementos materiais."

"Refutar o testemunho do sentido material não é tarefa difícil, desde que se tenha admitido ser falso esse testemunho" (CS-396).

"MATÉRIA: Mitologia... outro nome para a mente mortal; ilusão!"... (p. 591).
Refutação Bíblica

O primeiro livro da Bíblia - Gênesis - começa com as seguintes palavras: "No princípio criou Deus os céus e a terra" (1.1). Assim, se observa que a matéria existe, que a matéria é uma substância. A primeira declaração bíblica é uma negação do ensino mais importante da Ciência Cristã. Em Gênesis 2.7 está escrito: "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o -fôlego da -vida; e o homem foi feito alma vivente".

Deus criou o homem com uma natureza material (o corpo) e uma natureza espiritual (alma e espírito) como se lê em 1 Ts 5.23:"... e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo".

Consideremos, então: se o ensino mais importante da Ciência Cristã é que a matéria não existe e se a Bíblia declara o contrário, então o seu ensino mais importante é antibíblico. Deve ser abandonado. Não só antibíblico, mas anticientífico. Falando francamente: os membros da Ciência Cristã vivem tal qual como os outros vivem, possuindo suas casas, seus automóveis, bens materiais, inclusive dinheiro no banco. Negam que o alimento preserve a vida, e, no entanto tomam regularmente suas refeições. Criticam a medicina e os remédios e, no entanto, fazem uso freqüente deles. Declaram que a morte é uma ilusão da mente mortal, e que não devemos crer na realidade dela. Consoante o seu ensino, a morte não pode sobrevir a ninguém que não crê na realidade. E, no entanto, ela morreu. Incoerências e mais -incoerências!

Doença
"Se a Ciência Cristã acaba com os deuses populares - o pecado, a doença e a morte - é o Cristo, a Verdade, que destrói esses males e prova assim a nulidade deles" (CSCE, p. 347).

"Compreender que a doença é formada pela mente humana, não pela matéria, nem pela mente divina, acaba com o sonho de moléstia" (p. 396).

Refutação Bíblica
Para se ver a incongruência do ensino da Ciência Cristã com relação à negação da doença, basta considerar o ensino contraditório que estabelecem: "Se devido a um ferimento ou outra causa um Cientista Cristão for acometido de dor tão violenta que não possa tratar-se mentalmente a si mesmo - e se os Cientistas não conseguirem aliviá-lo - o sofredor pode chamar um cirurgião, para que este aplique uma injeção hipodérmica, e então, acalmada a crença na dor, poderá cuidar mentalmente do seu próprio caso. É assim que 'julgamos todas as coisas e retemos o que é bom' -(p. 464).

A Ciência Cristã considera toda a ciência médica e cirúrgica não somente sem valor, mas como positivamente má. Nega a validade das leis estabelecidas pela ciência, e seus ensinamentos são irracionais e perigosos. Na sua pretensa ciência, não há fraturas, não há luxações, não há doenças ou enfermidades. Declara: "Por que dar apoio aos sistemas populares de medicina, quando o médico talvez seja um infiel e talvez perca 99 pacientes, enquanto a Ciência Cristã cura todos os 100 que lhe competem? Será porque a alopatia e a homeopatia estão mais em moda e são menos espirituais?" (p. 344). As suas teorias da irrealidade da matéria significariam que um termômetro inexistente registraria uma temperatura inexistente num corpo inexistente.

A propósito, diz a Bíblia sobre a doença: "Naqueles dias Ezequias adoeceu duma enfermidade mortal" (Is 38.1). O profeta não veio a Ezequias e disse: "Tu não estás doente. Isso é resultado de falsa crença; rejeite essa crença e tu te sentirás curado". Nada disso. Ao contrário. De acordo com o v. 21, lemos: "Tomem uma pasta de figos, e a ponham como emplasto sobre a chaga; e sarará". O profeta reconheceu: que Ezequias estava doente; e recomendou que se colocasse uma pasta de figo sobre a doença, e o doente foi curado.

Pecado
"Está o homem perdido espiritualmente? Não, ele só pode perder em sentido material. Todo pecado é da carne. Não pode ser espiritual. O pecado existe, aqui ou no além, apenas enquanto durar a ilusão de que haja mente na matéria. É noção de pecado, e não uma alma pecaminosa, o que se perde" (idem -p. 311).

"O pecado, a moléstia, tudo quanto parece real ao sentido material, é irreal na Ciência divina" (p. 353).

"O homem é incapaz de pecar, adoecer e morrer" ( p.475).

Refutação Bíblica
Se realmente não houvesse pecado, por que Jesus então veio ao mundo para salvar os pecadores? (Lc 19.10; 1 Tm 1.15) Teria Jesus vindo ao mundo para salvar o homem da falsa idéia do pecado considerando que o pecado não existe, pois ensina a Ciência Cristã que o homem é incapaz de pecar? Quando Jesus disse, por exemplo, que não veio buscar os justos, mas os pecadores ao arrependimento, dizia Ele que veio salvar os homens da idéia falsa de que há pecado? Se fosse assim, então Jesus não teria vindo ao mundo para salvar do pecado, mas salvar da falsa idéia de que o pecado existe. João Batista anunciou a chegada de Jesus, dizendo: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1.29). Paulo afirmou que o Evangelho verdadeiro tem como o centro a seguinte mensagem: "... que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" -(1 Co-rín-tios 15.3-4).

A Ciência Cristã ensina sobre ensinos conflitantes. "Se duas afirmações se contradizem diretamente e uma delas é verdadeira, a outra tem de ser mentirosa. Será a Ciência assim contraditória?" (p. 358). A sua pergunta é respondida afirmativamente: Sim. A Ciência Cristã é contraditória por afirmar que não existe pecado quando o pecado existe

Bibliografia
- Os enganadores – Josh Mcdowell & Don Stewart
- Dicionário de Religiões Crenças e Ocultismo
- Ministério –CACP
- Instituto Cristão de Pesquisas

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